16 de janeiro de 2010

Carta 06

"Eu descobri que preciso ir, porque você depositou todos os seus medos em mim e eu não consigo carregar sozinha. Se eu quiser ir lá na esquina, você vai me segurar e eu não quero mais cordas. Eu preciso aprender a lidar com os meus medos e você com os seus, não posso viver pisando devagar por causa das suas inseguranças, quando o que eu quero é correr ou até mesmo continuar andando.

Vou na esquina descobrir novas cores e brilhar os meus olhos. Quero caminhar e sentir as partes boas do caminho, porque quando a gente fica parado a gente sente muito pouco. Todo mundo precisa andar para sentir as coisas diferentes. Às vezes nem um passo seguido do outro adianta, porque em alguns momentos é necessário arriscar ou agir, para simplesmente sentir algo.

E o arriscar, sair e agir é tão difícil sabe? Abrir a porta é destruir todos os muros que a gente cria para se proteger. Só queria te dizer que hoje eu estou abrindo a minha porta e volto daqui a pouco pra você saber que eu volto para casa. Isso é para te fazer entender que eu te quero ao meu lado e não na minha frente. Continuar vivendo não significa abandono, se eu não quisesse estar aqui, eu simplesmente não estaria. Abra a sua porta e me veja saindo e voltando para tentar acabar com os seus muros.

Eu sempre volto, e sempre vou voltar. Estou indo ali que é para você ter certeza disso, entende?

Até logo."

2 comentários:

Felipe Braga disse...

Li o texto ouvindo Chico Buarque. E presenciei uma magia incrível! Reli o texto e já estava em outra música. E acredite: A magia voltou!
Saio realizado daqui.

Beijos.

marc. disse...

abrir e porta e ir na esquina, sem ninguém segurar, por que sabe que vou voltar... é a perfeição pra mim!

e continuem as belas palavras por aqui!

to lendo, e admirando, viu? ;)
beijão