29 de janeiro de 2010

Sobre tudo que muda no dia seguinte

Todo dia a gente descobre uma bondade nova, ou perde uma.
Eu ainda sou feita de coisas boas e ruins sim. Mas não como antes.

A gente nasce limpinho, sem nenhuma dor, sem nenhum machucado, e sem machucar ninguém. E depois a gente vai mudando, vai se protegendo, vai se moldando pra não doer de novo, pra não se arrepender de novo ou machucar alguém. Um dos meus maiores ídolos disse uma vez que com o passar do tempo, a gente vai aprendendo os códigos sociais para não se machucar. E isso é uma grande verdade. Todos os dias a gente aprende alguma verdade nova e muda. Por causa disso, não há "dias seguintes" iguais. Todo dia seguinte a gente é um pouco diferente.

Externo e internamente.

entende?

23 de janeiro de 2010

Carta 07




Aquelas vezes que você me levava pra brincar com você no quintal. Você sabia que aquela era a melhor época da minha vida? Você esquecia que eu era menina e só queria brincar de lutinha, carrinho, futebol... e a gente brigava pra caramba. Lembra quando você errou e me deu um soco na boca? Foi a única vez que eu me senti meio "Angelina Jolie".

Lembra do meu primeiro dia na escola? Os nossos intervalos tinham horários diferentes e isso me dava muita raiva porque eu me sentia muito sozinha. Eu lembro quando eu chegava um pouco atrasada e olhava você dentro da classe rodeado de amigos. Foi quando eu percebi o quanto você era carismático e o quanto eu era introspectiva.


Lembra das viagens em família? Eram muitas naquela época, e mais uma vez eu só tinha você. A gente saía pra andar de bicicleta, jogar bola e brincar na piscina. Lembra quando você me jogou na parte funda e eu quase me afoguei? Eu tinha falado pra você que eu não lembrava mais como que era nadar e você me jogou lá pra eu aprender de novo. Mas eu não aprendi, e engoli muita água.

Lembra naquele show que a gente foi junto e o vendedor de água bateu a caixa de madeira do meu olho? Você ficou desesperado quando viu o tanto de sangue que tava saindo. Foi quando eu percebi o quanto eu era importante pra você. E quando você casou, eu senti um orgulho enorme e agradeci a felicidade que a vida lhe deu, porque você tinha conhecido o amor e tava indo lutar por ele, vivendo-o até a última gota.

E eu acho que foi por sua causa sabe? Porque nos meus 12 ou 13 anos, eu quase não tinha amiga menina. Eu passei a minha infância inteira com você (porque eu só tinha você) e demorei pra descobrir coisas como maquiagens e bonecas. Então, a maioria do amigos que tenho são meninos e lá no fundo, eles me lembram muito você.



Agora, a gente pouco se vê, mas eu entendo. Você tem um futuro pelo qual você tem que lutar e eu também. Mas eu nunca vou esquecer das nossas lembranças, porque eu tive uma infância feliz por sua causa. Eu adorei ter me afogado, ter aprendido a lutar, a jogar futebol e basquete.
Adorei ter parado de falar com todas as meninas da minha sala que achavam você bonito, era irritante todos os dias elas me perguntando sobre você. E adoro os seus abraços, porque você faz eles se eternizarem em mim.

Eu amo você, e me orgulho de tudo que você já fez na vida.
Eu vou estar sempre do seu lado pra tudo, não importa o tempo que passe. Nós mudamos nossos jeitos, crescemos e amadurecemos. Eu deixei de ser um pouco introspectiva, porque eu sempre quis ser como você. Você era meu segundo modelo de herói e isso nunca vai mudar.

Eu vou continuar tendo sempre só você, não importa quem entre ou saia da minha vida, e você continuará tendo sempre a mim.

20 de janeiro de 2010

Conectados e ligados

E eu percebi aquele dia que era preciso uma forma de nos comunicar, mandar cartas, ligar ou aproveitar todos esses benefícios tecnológicos que aproximam as pessoas que sentem falta uma da outra. Você fazia muito falta aquele dia, você fez muita falta hoje e você sempre faz ...

Eu notei aquele dia que não era preciso nos comunicar, mas sim, nos conectar. Se ligar, sabe? Pensar antes de dormir, olhar para a lua, ouvir uma música ou qualquer outro código particular nosso.
Eu lembro de ti, tu lembras de mim e pronto, estamos ligados e conectados. E não importa a distância, continuaremos a ser nós.

Você fazia muita falta aquele dia, você fez muita falta hoje e você sempre faz ...

16 de janeiro de 2010

Carta 06

"Eu descobri que preciso ir, porque você depositou todos os seus medos em mim e eu não consigo carregar sozinha. Se eu quiser ir lá na esquina, você vai me segurar e eu não quero mais cordas. Eu preciso aprender a lidar com os meus medos e você com os seus, não posso viver pisando devagar por causa das suas inseguranças, quando o que eu quero é correr ou até mesmo continuar andando.

Vou na esquina descobrir novas cores e brilhar os meus olhos. Quero caminhar e sentir as partes boas do caminho, porque quando a gente fica parado a gente sente muito pouco. Todo mundo precisa andar para sentir as coisas diferentes. Às vezes nem um passo seguido do outro adianta, porque em alguns momentos é necessário arriscar ou agir, para simplesmente sentir algo.

E o arriscar, sair e agir é tão difícil sabe? Abrir a porta é destruir todos os muros que a gente cria para se proteger. Só queria te dizer que hoje eu estou abrindo a minha porta e volto daqui a pouco pra você saber que eu volto para casa. Isso é para te fazer entender que eu te quero ao meu lado e não na minha frente. Continuar vivendo não significa abandono, se eu não quisesse estar aqui, eu simplesmente não estaria. Abra a sua porta e me veja saindo e voltando para tentar acabar com os seus muros.

Eu sempre volto, e sempre vou voltar. Estou indo ali que é para você ter certeza disso, entende?

Até logo."

13 de janeiro de 2010

Olhei pra você fixamente por instantes

e você nem notou. Você tava prestando atenção no enredo do filme, mas eu não. Eu tenho aquela mania de ficar te olhando escondido e isso deve ser só mais um jeito de amar meu. Não que eu não possa lhe dizer que eu te amo, eu posso sim. Mas, em alguns momentos eu só preciso parar e ficar observando cada desenho seu sem você perceber. Em alguns intantes, eu só preciso sentir o tanto de sentimento meu que existe por você.

7 de janeiro de 2010

Prefiro o risco de se arranhar no caminho

Eu tava pensando se realmente vale a pena ser toda aberta. Deixar entrar qualquer palavra, deixar entrar qualquer pessoa e guardar castelos e estragos por dias .. todo mundo diz que é perigoso ser rápido e colocar no papel e nos meus dias toda a minha devoção por alguém, que é preciso acontecer muitas coisas para se dizer um "eu te amo". Mas o que eu posso fazer? Sou aberta e aprendi desde cedo o quanto é importante deixar as pessoas entrarem e não perder tempo esperando coisas acontecerem pra se dizer algo importante.

As pessoas entram e deixam a sua marca, e isso pode valer até um pouco a pena, mesmo que a marca deixada lateje um pouco de vez em quando.
A verdade é que é mais acolhedor acordar no outro dia sabendo que você viveu tudo, amou tudo e disse o que precisava dizer sem receio e sem esperas.


Avisa que é de se entregar o viver..

Já fingi que tudo estava e ficaria bem porque eu tava fingindo que não estava doendo,


mas não consegui fingir por muito tempo.