26 de março de 2012

Solitude, cicatrizes e solidão

É engraçado como 365 dias mudam uma partida, assim como é engraçado achar isso engraçado. Um ano é muito tempo, por mais que pareça pequenininho algumas vezes. Vivi muitos dias na solidão, mas a verdade é que eu sempre fui solitude. Foi sendo assim que consegui me despedir de você, mas foi com a solidão que pude entender o que era preciso.

Ás vezes você só tem que saber que a vida é um vai e vem necessário e que a gente tem que sobreviver a algumas partes. Existem uma série de coisas que estão fora do nosso alcance. Não sou poeta e nunca publiquei um livro, mas devo sofrer do mesmo mal de quem escreve histórias no papel e tenta fazer isso com o próprio destino. Eu só queria que as coisas fossem bonitas, mas isso está fora do meu alcance na vida real. Eu sei.

Ontem, no meio do nada, eu descobri que o tempo passou. Ser solitude quanto ao amor foi um tipo de camaradagem comigo mesma, um ato de visitar a parte de dentro mais vezes e refletir o que sou. Ser solidão foi aprender a apreciar a minha própria companhia e descobrir como andar em silêncio ou passar uma parte da tarde sentada no banco da praça sem ninguém.

Faz um ano que você partiu e isso não teve nenhum tipo de graça, mas é quase como um fôlego lembrar o quanto esse tempo foi mudando o aspecto desse fato. Eu me afoguei muitas vezes, mas lembrar que eu estava cicatrizando e mudando me salvou. Muita coisa está diferente e apesar de todos os percalços é bom olhar no espelho e saber que estou melhor como mulher, garota, menina e ser humano. Você vai sobreviver sempre, leve essa verdade contigo. Ás vezes eu nem me reconheço direito comparando o que eu era, e é engraçado ver que fico feliz com isso. Ainda bem que 365 dias são capazes de mudar muitas coisas além de uma partida.

Isso também é para você,
N.A

20 de março de 2012

Meu avô e seu jeito de falar da solidão

"..Filha, a galinha zezinha morreu. Lembra quando ela se machucou e a gente quase a matou pro almoço? Só não fiz isso pelo galinzezinho que ficaria sozinho. Agora o galinzé tá aqui piando baixinho, devagar... acho que ele sente que está sozinho. A gente sempre sente quando está sozinho e também fica piando baixinho perto da gaiolinha, sem muito alarde.."

12 de março de 2012

Aqui, agora.. é amor

Na verdade, eu não me importo tanto assim com o seu passado. Tudo o que foi percorrido e aprendido faz você ser quem você é. Te faz ter esse gosto, esse rosto e esse jeito maroto de menino meio homem. Não me preocupo com o que aconteceu durante o seu caminho até aqui, mas eu me importo com o que você é e faz agora. Se ajeita, se arruma e toma cuidado. Você é quem eu amo, cuido e quero amar. Não posso te ver de um jeito errado, machucado ou correndo perigo enquanto me namora. Se você segura a minha mão, é porque eu também tenho que prezar a nossa história. Além de tudo, te ver com dor também me deixaria com dor.

E pra mim, isso é amor.