26 de janeiro de 2011

Aula de história

Quando eu estava no colegial eu tinha um professor que falava em entrelinhas. Eu tenho uma certa mania de enxergar várias coisas em uma frase só, mas acredito que esse meu professor não queria apenas me dar uma aula de história. Talvez, ele estava ali na frente tentando me dar algumas aulas para a vida.

Eu achava que tudo deveria ser intenso. Acreditava que quem não vivia com intensidade não vivia. Que quem tinha medo de se machucar não amava. Hoje depois de algumas experiências e um maior contato com o mundo real, eu mudei alguns pensamentos. A gente pode viver intensamente, mas essas momentos intensos acontecem naturalmente, não adianta forçar ou torcer para acontecer. O 'viver intensamente' tem muito mais a ver com não perder grandes oportunidades, do que viver loucamente colocando a sua vida em risco.

E quem sente medo de se machucar possui um grande motivo para isso. Se você se apaixonar por esse tipo de pessoa, digo, se você realmente se apaixonar por esse tipo de pessoa você vai ter que trabalhar com ela nisso. E acredite: pode valer muito a pena.

Mas voltando a minha aula de história e ao meu professor. Ele falava dos motivos que causaram a guerra mundial. Falou da ditadura no Brasil, citou Hitler, Getúlio Vargas, Mussolini e finalizou a aula tentando explicar os motivos de todas essas coisas históricas terem acontecido. Foi além das explicações econômicas, políticas e antropológicas. Ele finalizou a aula dizendo com todo aquele jeito de mexer as mãos que ele tinha: "As causas muito fortes trazem consequências contrárias. O amor te faz mais feliz, mas muito amor te deixa triste. A luz te ajuda a enxergar, mas muita luz acaba com o seu olho. Muita luz te deixa cego. Tem que ter um equilíbrio nas coisas".

Nunca mais tive um professor de história que falasse em entrelinhas. Nunca mais tive aquele sede, aquela falta ou aquela cumplicidade do melhor amigo todas as manhãs. Hoje tenho calma, e graças a Deus hoje eu tenho calma, porque é necessário ter isso para viver. É preciso um equilíbrio em todas as coisas, a gente pode amar sem ser triste e enxergar sem ficar cega.