tag:blogger.com,1999:blog-70982276846937981662024-03-06T05:11:02.557-03:00Vinte de OutubroUnknownnoreply@blogger.comBlogger247125tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-81454319457477502482015-03-20T16:53:00.001-03:002015-03-20T17:44:08.288-03:00Calma e um grama de paz, meu rapaz<div style="text-align: justify;">
Hoje o sol entra no signo de Áries, o primeiro signo do zodíaco, e por causa disso começamos um novo ano astral. O que isso significa? Segundo a teoria do místico que eu conheci, toda a energia difícil do ano anterior foi embora de vez e as portas estão abertas para o que 2015, regido por Marte - o planeta da ação, determinação e agressividade - tem a nos oferecer. É preciso tomar cuidado com as brigas na rua e brigas em casa. O novo ano zodiacal será decisivo para a Política, então também será preciso cuidado com as pessoas que não sabem discutir sobre ela. Mesmo com a regência de um planeta nada suave, 2015 será um ano melhor que 2014. É o que os místicos dizem.</div>
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Não sei se é verdade, afinal, é a primeira vez que me coloco atenta a observar sobre essas diferenças, porém, sou aberta a tudo o que é novo, bom, e ao acreditar que de algum jeito alcançamos os nossos sonhos. Então, decidi acreditar em mais um renascimento energético, fora os nossos aniversários e viradas de ano, torcendo para toda a positividade do mundo chegar até nós. </div>
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Há um crônica do Drummond que discute tudo o que desejamos quando há, de fato, data marcada para recomeçar. Exatamente como os nossos aniversários, Ano Novo e esse tal de Ano Astral. Em <i>“Vacina de Ano Novo”</i>, Drummond indaga muitos desejarem paz e amor para a próxima fase. Primeiro, porque paz é um voto muito ambicioso. Se há paz, por exemplo, não haverá amor, porque este é o contrário prazeroso e complicado da paz. Então, o poeta sugere uma emenda para esse desejo: meia paz ou um grama de paz.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRwPzOb0HBECOGCJH9rXdasAdd07dQh4VCTyeAZ97r6zakqsxGK3VWyRGXdjYWLEs9xpcbTOmowXKk8s6H26NTc85FUCITrY0E5sNRwSZbjh1oq3rdchy-7BeyZVlR3in9G_zbvQW-vA/s1600/tumblr_li0tsdKXmw1qcsdtvo1_500.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRwPzOb0HBECOGCJH9rXdasAdd07dQh4VCTyeAZ97r6zakqsxGK3VWyRGXdjYWLEs9xpcbTOmowXKk8s6H26NTc85FUCITrY0E5sNRwSZbjh1oq3rdchy-7BeyZVlR3in9G_zbvQW-vA/s1600/tumblr_li0tsdKXmw1qcsdtvo1_500.jpg" height="320" width="320" /></a>Quanto ao amor, Drummond argumenta que é errôneo desejar isso ao próximo, porque o sentimento não existe em uma prateleira de probabilidades disponível e ao nosso dispor. Ele acontece e nos atropela. Então, o poeta sugere uma emenda para esse desejo: no máximo, deseje que o outro não seja desatento com o sentimento quando ele aparecer. E que também não sofra por ele além das suas forças.</div>
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No final, ele nos apresenta um personagem que conheceu na fila dos correios: João Brandão, que envia uma carta para si mesmo em todos os finais de ano com a frase: “Calma, rapaz”. João acredita que se ele não fizer isso por si mesmo, ninguém fará por ele. <i>“Você já reparou que ninguém deseja calma a ninguém, na época de desejar coisas? Deseja-se prosperidade, paz, amor, isso ou aquilo, ‘tudo de bom pra você’. Mas, todos se esquecem de desejar calma para saborear esse tudo de bom, se por milagre ele acontecer e principalmente o nada de bom, que às vezes acontece em lugar dele. Faço isso como uma vacina”</i>, diz João. Eu que não sou boba nem nada, me vacino com as três coisas: Calma, e só um grama de paz, que é para o amor ter espaço de existir no mesmo patamar.<br />
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E que essa vacina atinja os meus amigos que acordam todos os dias reconhecendo as responsabilidades da vida adulta. Para os que vivem entre o trabalho e o que querem fazer. Para os que pensam no dinheiro e no que querem ser. Para os escritores da minha sala com todos os projetos que nascem na cabeça, no coração e no papel.</div>
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Calma, e um grama de paz para todos os amores que nos atropelam. Para os que correm atrás, os que tentam de novo, os que esperam. Para quem sonha e para quem muitas vezes precisa fazer um esforço além da conta para acreditar. Uma vacina dessas para aquela que acabou de virar mãe. Para aqueles dois primeiros da turma que decidiram casar ano que vem. Para quem perdeu o emprego ou está procurando um que pague o aluguel. Ou decidiu ir morar com o namorado e inventou um “chá da casa nova” para ajudar com os utensílios domésticos. </div>
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Calma, e um grama de paz para quem chega em casa e não tem água. Para quem escuta panelas sendo batidas, para quem decide andar no meio da Avenida Paulista e precisa aguentar spray e violência da polícia. Dizem que é um ano decisivo para política. Uma vacina bem concentrada com quem não sabe lutar direito por ela.</div>
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E por fim: Calma, e um grama de paz para todo o nosso interno. Nossos planos, nossos sonhos, o que nos move, o que faz a gente ser eterno. Para o que esperamos, o que tentamos de novo e o que corremos atrás. Que haja sempre poesia, que você seja marginal e seu próprio herói. Que o telefone toque, que as cartas cheguem, que as coisas finalmente mudem. Eu me vacino, tu te vacinas, ele se vacina. </div>
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Vacinemo-nos não só em recomeços com datas marcadas, mas sempre.</div>
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Letícia Cardoso</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-32709789338618431462014-11-12T23:00:00.000-02:002014-11-18T18:23:36.473-02:00O amor é um porre em plena terça-feira<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong4078733811" name="gsSong4078733811" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf" /><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=40787338&style=metal&p=0" /><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=40787338&style=metal&p=0" /><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=SILVA%20Ainda" title="Ainda by SILVA on Grooveshark">Ainda by SILVA on Grooveshark</a></span></object></object>
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Ontem eu saí para beber com o Thiago. Isso porque há duas semanas ele me convidou para conversar sobre as coisas que a gente faz quando se apaixona por alguém. Com os nossos dois ou três anos de amizade, foi a primeira vez que saímos para discutir o fato de que nos consideramos adultos que não levam jeito algum para relacionamentos amorosos. </div>
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Entre uma história e outra, ele me contou de quando viajou seis meses pela Europa e mandou 15 cartões postais, um de cada cidade, para a menina que ele gostava. E, no final, ela não ficou com ele. Já eu, contei a história do livreto que fiz para o cara que me apaixonei e, no final, também acabei não ficando com ele. Abri ali, naquela mesa de bar de esquina, as páginas de um livreto artesanal com três ou quatro textos que escrevi, ingressos de lugares que fomos, fotos de viagens, entre outras coisas. Algo que, diferente dos cartões postais do meu amigo, não foi entregue. No meu caso, as coisas acabaram antes mesmo de eu finalizar o meu livro ou me dar conta do fim. Então, ficamos eu, o Thiago e o meu livreto incompleto na mesa daquele boteco pensando em qual parte do caminho a gente erra tentando ser incrível com alguém para que essa pessoa decida por ir embora.<br />
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E foi mais ou menos o que eu conversei com o meu amigo no bar. Entre uma porção de batatas e alguns copos de vinho, ele me entregou o diário de sua viagem para que eu pudesse acompanhar a trajetória de seus seis meses longe do Brasil, somada à ideia dos cartões postais. Me pediu desculpas pela parte em que chama as europeias de “gostosas” ou sobre os comentários quanto aos “peitinhos deliciosos” e “bundas redondinhas” das moças. Tenho certeza que ele se apaixonou muitas vezes por lá. </div>
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Ao mostrar o meu livreto – que não tinha nem capa -, eu tive que explicar que o título se referia ao fato de que o meu cara tocava blues. Mencionei que a primeira página estava em branco porque eu planejava incluir um trecho de Jorge Ben Jor, e que o pôster na segunda página tinha a ver com o primeiro filme que fomos assistir.</div>
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Enquanto ele lia os meus textos, eu disfarçava o meu desconforto lendo a primeira história de um de seus moleskines, sobre um alemão bêbado que não parava de levar bronca da aeromoça, por dar indícios de que queria molestar a passageira ao seu lado. Disfarçava, porque era um pouco vergonhoso para mim alguém ler o tanto de sentimento que existia naquelas páginas que não foram entregues, então eu só me concentrei no diário de viagem que ele me emprestou.<br />
<br />
Agora, depois de tudo, o meu amigo quer os quinze postais de volta. Já mandou mensagem duas vezes, mas a menina responde que não tem tempo de encontrá-lo para entregar. Na mesa, quase um tanto alcoolizados, chegamos a duas hipóteses: Se a moça for uma filha da puta - porque, assim como os homens, mulheres também às vezes são -, ela jogou tudo fora. Entretanto, se ela não for, talvez não queira entregar os cartões, porque eles trazem uma lembrança bonita.<br />
<br />
Ao terminar de ler o meu livreto incompleto, o Thi comentou sobre o último texto e me perguntou se algum dia eu entregaria tudo aquilo para a minha inspiração. “Não sei, o que você acha?”, perguntei. “O que você faria se recebesse?”, ele disse. “Não sei, o que você faria?”, retruquei. “Também não sei”, ele rebateu. E ficamos os dois sem saber o que faríamos se esse tipo de coisa acontecesse conosco, ou se alguém nos enviasse quinze postais de cada cidade que passou. “Mulher é um bicho complicado” constatou ele. “Você fala isso porque nunca se envolveu com um homem”, rebati. Concordarmos um com o outro e brindamos a última tequila da noite.<br />
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Já na porta de casa, eu sinto o meu coração pesado e a cabeça latejando devido à minha falta de costume com bebidas alcoólicas. Entro no banho refletindo que o meu amigo merecia ter sido correspondido, mas depois chego a conclusão de que, apesar de tudo, ele deve ser feliz com apenas esta condição: a de realmente ter sido sincero e marcado a vida de alguém com um gesto bonito que, dificilmente, será esquecido.</div>
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Enquanto escrevo essas coisas, fico matutando se há algum sentido em sentar na cadeira e finalizar uma história que eu não queria nem que tivesse acabado. Há pontos finais que são difíceis mesmo de se colocar. Talvez seja por isso que eu ainda não preparei uma capa ou escrevi aquele capítulo sobre como é viver em um mundo fodido de coisas ótimas e coisas péssimas, e ainda assim, querer ser alguém que diz “te amo” - baseado em um trecho de “Feliz Ano Velho”, do Marcelo Rubens Paiva.<br />
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Sem decidir sobre finalizar ou entregar o livro, eu me arrasto pelo quarto para apagar a luz e sinto o corpo completamente cansado. “Amor é um porre em plena terça-feira”, penso. E deito lembrando que preciso acordar cedo no dia seguinte para ir trabalhar. Desprezo as duas ou três lágrimas que teimam em descer pelo rosto e pego no sono com a cabeça pesada e o coração latejando.<br />
<br />
Isso porque, lá no fundo, eu sei que a minha dificuldade em terminar a nossa história está no fato de que você ainda existe, vivo e pulsando, dentro do meu peito e da minha memória.<br />
<br />
Letícia Cardoso</div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-74908626327479645402014-11-06T15:57:00.000-02:002014-11-06T16:29:56.484-02:00"Mas se um dia eu me der bem, vai ser sem jogo"<div style="text-align: left;">
<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong2938566397" name="gsSong2938566397" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf" /><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=29385663&style=metal&p=0" /><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=29385663&style=metal&p=0" /><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=Bar%C3%A3o%20Vermelho%20Exagerado" title="Exagerado by Barão Vermelho on Grooveshark">Exagerado by Barão Vermelho on Grooveshark</a></span></object></object> </div>
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<i><span style="font-size: x-small;"><span style="text-align: right;"><span style="font-family: inherit;">"</span></span><span style="text-align: justify;">Meu caminho nesse mundo, eu sei, vai ter um brilho incerto e <br />louco dos que nunca perdem pouco, nunca levam pouco. <br />Mas, se um dia eu me der bem, vai ser sem jogo."</span></span></i><br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tem sempre uma fase da vida que a gente acredita que o ser humano não gosta de certezas, e que a grande verdade de tudo é que ele gosta e se prende onde há dúvidas. Existe uma fase na vida em que a gente acredita que é isso o que nos move, que nos tira do lugar, que nos faz não querer ser mais do mesmo. Em alguns pontos da vida, pode até ser, mas em outros não.</div>
<div style="text-align: justify;">
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Há um tempo, eu tive a impressão de que em algumas circunstâncias a gente tem que ficar quieto. Em alguns momentos a gente tem que engolir os sentimentos e escondê-los como se fosse crime dizer que quer voltar, que não quer terminar, que sentiu saudades durante aquela viagem de duas semanas ou simplesmente evitar escrever <i>"Nossa, são três e meia da manhã e eu estou mandando uma mensagem para dizer que acordei às três e vinte e nove e comecei a pensar em você."</i>. Às vezes a gente engole esse tipo de coisa com medo de estragar tudo ou se abrir demais, porque algumas pessoas foram embora depois que você falou sobre os seus sentimentos. Sem contar o número de situações em que falar o que sentia não mudou muita coisa.</div>
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEituyTlGfpTgVvLYc98zMukiM1jRieBnwlVYQBZZAcyLbG4jbFsVnWOVcAUARUjd8JhEvh8f4nc8wAf6-3gdB9Ilk4Yn_G5lBcvkEAUn4t2bWQCMzo8OQwjwKf9VIsQTdcezqm6_km3Dw/s1600/tumblr_mqrp0dh2Uv1qmrvslo1_400.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEituyTlGfpTgVvLYc98zMukiM1jRieBnwlVYQBZZAcyLbG4jbFsVnWOVcAUARUjd8JhEvh8f4nc8wAf6-3gdB9Ilk4Yn_G5lBcvkEAUn4t2bWQCMzo8OQwjwKf9VIsQTdcezqm6_km3Dw/s1600/tumblr_mqrp0dh2Uv1qmrvslo1_400.jpg" height="320" width="263" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>"E se não der certo, meu coração é esperto.<br />Não vai parar de bater"</i></td></tr>
</tbody></table>
Por isso que eu digo para você que sentou naquela mesinha e abriu o seu coração: eu jurava que você não existia mais. Eu apostava fácil o meu salário que te encontraria em outro planeta ou só naqueles roteiros cinematográficos. Eu digo para quem ligou no meio do nada. Para quem teve receio e, ainda assim, foi sincero com o que sentia. Para quem ensaiou aquela mensagem e conseguiu mandar: eu queria confessar que eu achava que você não existia mais, não. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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É que sei lá. Algumas vezes a gente lida com as coisas como se elas tivessem jeito certo e errado de ser, como se a vida não fosse mais complicada do que isso. Quase todo mundo entra no recinto fazendo aqueles truques com o olhar pra chamar atenção e mostrar que talvez tenha um corpo e - mais talvez ainda - um coração à sua espera. Só que mesmo com todas as possibilidades de talvez entregar o corpo e - mais talvez ainda - o coração, o olhar cheio de truques evita ligações, mensagens e todo o resto calculando algum tipo de controle de sentimentos. Como se os afetos pudessem realmente ser controlados, e essa postura evitasse machucados ou aumentasse o interesse alheio de alguma maneira.<br />
<br />
Conhecer alguém não pode mais ser algo natural, algo que envolva simplesmente a vontade de andar juntos pelos caminhos e ver lá na frente o quanto você quer se comprometer. Parar em alguma esquina, e descobrir um conforto em retirar todos os muros que você construiu para se proteger. Arriscar e abrir quem você é para alguém que pode ir embora amanhã, ou que poderia ter ido embora hoje, mas decidiu ficar.</div>
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É pela demora e dificuldade de viver tudo isso que, em algumas fases, a gente acredita que o ser humano não gosta de certezas, e que a grande verdade de tudo é que ele gosta e se prende onde há dúvidas. Em alguns pontos da vida, a dúvida pode até nos mover e fazer algum sentido, mas em outros ela é um completo desperdício de tempo e energia. Não dizer, não correr atrás, esconder e fazer alguns truques pode até te manter em um espaço seguro - ou como é mesmo que falam? Ah, dominante! - , mas ao que exatamente se destina?<br />
<br />
As coisas podem dar erradas ou certas quantas vezes elas quiserem, porque incrível mesmo é quem não desiste de ser quem é. E ah, se um dia a gente se der bem, vai ser sem jogo.<br />
<br />
Letícia Cardoso</div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-25047217395037397192014-08-07T13:55:00.000-03:002014-08-08T16:27:18.208-03:00Pipa do futuro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br></div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Meu projeto é te levar pra Natal quando completarmos um ano. Ou não. Quem sabe uma pequena e boa viagem no próximo mês? Deixar o desconforto e os danos para trás. Decidir pegar a estrada com você mais uma vez.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
<br></div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Quero te levar para a Praia da Pipa. Te olhar ao meu lado e não saber se todo o mar esverdeado ganham de você sorrindo. Talvez sim. Talvez não. Só o meu lado piegas-exagerado-apaixonado sabe sobre você rindo, sentindo e sendo sentido no meu coração. Te ver tocando algum blues em frente ao mar são duas paisagens feitas para se completar.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
<br></div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Se é preciso coragem para ir a mar, eu digo que as ondas quebram pra gente sair da areia e ir mergulhar. Se todo amor vem no vento e depois vai a mar, eu digo que uma hora a gente se enamora, que eu quero te enamorar. Se o que interessa e faz diferença é a profundidade do mergulho, eu digo que o prazer é maior quando você decide nadar e se entregar. Ele existe lá no fundo.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
<br></div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
A verdade é que eu quero o ontem, o hoje e o depois. Quero a felicidade de saber que existe um amanhã nos seus planos para nós dois. Quero viajar pra Natal quando completarmos um mês, deixar as malas prontas, os danos de lado, tentar outra vez. Quero sentar contigo na areia de Pipa pra no final da tarde, ou afinal de contas, te escutar dizendo que fica.<br></div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
<br></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlFxCebCznd4RbgLXOvxdrHlZZMBOWZBusQEp602ljdMAYjsLbPlCpx26wlLA3VhwxEcp1bh8N-zxTzskF3XTZXac1OvknEswcLnCo6tnwc56PrkM4767wDs5h9MJJDiZQMuW0DVxljQ/s1600/2014-07-11+04.33.25+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlFxCebCznd4RbgLXOvxdrHlZZMBOWZBusQEp602ljdMAYjsLbPlCpx26wlLA3VhwxEcp1bh8N-zxTzskF3XTZXac1OvknEswcLnCo6tnwc56PrkM4767wDs5h9MJJDiZQMuW0DVxljQ/s1600/2014-07-11+04.33.25+1.jpg" height="318" width="320"></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br></td></tr>
</tbody></table>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Letícia Cardoso</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
<br></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-31749797544601381692014-07-31T18:48:00.000-03:002014-08-01T15:00:43.701-03:00"Puta Merda", disse Vinicius de Moraes<div style="text-align: justify;">
Hoje a Intensidade caiu do céu. Ela estava lá em cima na nuvem mais animada tomando um whisky com Vinicius de Moraes, quando ouviu a Sensibilidade gritar da nuvem do Cazuza que o Cartola havia chegado pra cantar um samba de amor. O Poetinha ficou tão animado que levantou de supetão e tropeçou na Intensidade, que pisou em falso no canto da nuvem e caiu aqui: no Planeta Terra.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>"Puta merda</i>", disse Vinicius de Moraes</div>
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvz5wcsqlmh2PKdl0CB-_xvZJYKt9_U2ZHe7T2tFeG5MxrQ75S_jrX2iINT7ZHq3JcmaG1IGR6YwSSg_uhYGmg29nOo7HeNa98IdGypMVcwumDdBYlWzXzaahIAiBIK0LwKMgV3Wv8tw/s1600/tumblr_n5ztpjrIP41qmrvslo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvz5wcsqlmh2PKdl0CB-_xvZJYKt9_U2ZHe7T2tFeG5MxrQ75S_jrX2iINT7ZHq3JcmaG1IGR6YwSSg_uhYGmg29nOo7HeNa98IdGypMVcwumDdBYlWzXzaahIAiBIK0LwKMgV3Wv8tw/s1600/tumblr_n5ztpjrIP41qmrvslo1_1280.jpg" height="400" width="300"></a></div>
Uma das vezes em que essa sensação desceu dos céus e analisou a humanidade foi em plena época de ditadura. Havia tanta gente querendo mudar as coisas, que os sentimentos mais corajosos foram diretamente acionados pelo Criador para impulsionar instantaneamente os seres humanos a viverem suas vontades, direitos e sonhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
<div style="text-align: justify;">
Após os anos 60, por exemplo, a sociedade sofreu um "boom" de mudanças diretamente ligadas à busca dos seres humanos sobre si mesmo. Todos os relatórios e estudos divinos apontam que, na época, houve uma necessidade muito grande de a humanidade descobrir o seu lugar no mundo. Não que isso tenha mudado muito agora, claro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
<div style="text-align: justify;">
Pois bem. Hoje a Intensidade caiu dos céus e ficou feliz ao encontrar a Liberdade passeando pela Avenida Paulista, e a escutar falando sobre as boas novas dos terrestres. Esta desceu para a Terra com o objetivo de criar a geração hippie e nunca mais subiu aos céus. Chegou no Criador e simplesmente disse que aqui embaixo poderia fazer muito mais pelo mundo, do que sentada nas cadeiras douradas vendo tudo acontecer de longe e esperando algum tipo de ordem ou permissão para algo. A Liberdade - Deus soube assim que a tirou do forno - simplesmente não tem dessas coisas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
<div style="text-align: justify;">
Andando pelas ruas, as duas viram a Solidão acompanhando um trompetista que ganhava a vida tocando Miles Davis. Esta, só consegue ser feliz na Terra quando há para quem voltar. Do contrário, ela é capaz de viver e ficar perdida no meio da multidão acompanhando mil pessoas ao mesmo tempo. Mesmo assim, não dá para saber quando uma Solidão é realmente triste. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgs-Kt7irfA_QXIN_ST885nxb8NBV54BB8QYT5rSYLXelsJwZSh4XIG_L85eqrIPU-Gck-WS-KDjir5hbAcYRv8pjSCnyvkvdVSdgLCBGE48nvk1IFyyofIHvtELAwobHEV9yO-TaiDzg/s1600/tumblr_mura8x4DXG1slujc9o1_r2_500.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgs-Kt7irfA_QXIN_ST885nxb8NBV54BB8QYT5rSYLXelsJwZSh4XIG_L85eqrIPU-Gck-WS-KDjir5hbAcYRv8pjSCnyvkvdVSdgLCBGE48nvk1IFyyofIHvtELAwobHEV9yO-TaiDzg/s1600/tumblr_mura8x4DXG1slujc9o1_r2_500.jpg" height="400" width="260"></a>Após algumas cervejas, Liberdade e Intensidade discutiram sobre o orgulho de ver o quanto as coisas avançaram e mudaram na Terra, mas foram interrompidas por algumas verdades que a Solidão jogava na mesa. Aparentemente, a sociedade tinha muito mais espaço para ser o que quisesse, mas ainda haviam muitas repressões silenciosas e questionamentos morais injustos. A tecnologia estava avançada e a velocidade da informação cada vez mais rápida, mas ainda existia um certo problema com a veracidade das coisas, e com a necessidade de se desligar de tudo para viver o tempo presente. E amar... ah, amar continua sendo a coisa mais importante e complicada do mundo. E às vezes essa complicação machuca, porque é muito difícil se permitir ser vulnerável. Para amar e para se complicar, é muito difícil se permitir ser vulnerável no mundo.<br>
<br></div>
<div style="text-align: justify;">
Antes de questionar e explicar algumas coisas sobre o amor, a Intensidade sentiu que estava levitando e percebeu que suas asas estavam começando a nascer, graças ao Departamento das Causas Urgentes e Divinas, acionado por Vinicius de Moraes. Então ela subiu devagarinho aos céus sem explicar o que a gente tem que fazer para o amor dar certo hoje em dia. Não explicou nem o que é dar certo hoje em dia. Liberdade e Solidão só conseguiram escutar ela gritando <i>"Apenas pule pra dentro e viva"</i>, mas não sabiam dizer ao que ela estava exatamente se referindo. A Intensidade tem sempre dessas coisas de impulsionar todo mundo a fazer o que puder e o que quiser sem pensar muito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
<div style="text-align: justify;">
Após a confusão, Vinicius de Moraes organizou uma reunião de emergência com todas as almas sensíveis e sinceras que subiram aos céus nos últimos anos para a chegada da Intensidade. Lá na frente estava Noel Rosa e Adoniran Barbosa palpitando sobre a mais nova canção de Lupicínio Rodrigues. Mais no canto estava Saramago, Mario Quintana e Drummond conversando sobre a simplicidade das gotas da última chuva. E lá, bem lá no fundo, estava uma turma mais barulhenta com Cazuza e Tim Maia olhando Elis contar como tinha encontrado Jair Rodrigues e Rubem Alves na portinha de entrada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>"Peço silêncio a todos"</i> - disse a Intensidade - <i>"Como vocês sabem, eu caí acidentalmente esta manhã e voltei agora a noitinha. Longe de querer ser arrogante, afinal a arrogância está vivendo na Terra, eu tenho uma lista de necessidades que a sociedade precisa e que ficará na porta de saída dos céus para todos decorarem".</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
<div style="text-align: justify;">
Sem saber qual era o propósito daquilo, Saramago questionou:<br>
<br>
<i>"Então há um modo certo de se viver? Por que a gente não sabe disso ou encontra as regras lá embaixo?</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>"Porque não há"</i>, disse a Intensidade. <i>" É só que eu acredito muito fortemente que todos serão ainda mais felizes se pularem para dentro das coisas sem medo, levando sempre em conta o que carregam no coração com toda a sinceridade e calma. Até o Tempo vai ser fortemente acionado para esse projeto</i>".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
<div style="text-align: justify;">
O silêncio e a expectativa atingiu a sala enorme que não sabia como apenas uma lista resolveria tudo, e nem qual seria o desfecho da história ou resolução das coisas. Então, diante de tantos olhares questionadores, a Intensidade olhou no relógio e anunciou que por causa de tudo o que havia observado aqui embaixo, estava na hora de todos voltarem para a Terra.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>"Puta Merda"</i>, disse Vinicius de Moraes<br>
<br>
Letícia Cardoso</div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-79817428082335256912014-04-17T16:47:00.002-03:002014-08-04T11:37:50.094-03:00A vida inteira de um homem<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nunca na minha vida achei que
seria literária ao ponto de ler Dostoiévski. Mas, em uma dessas idas e vindas
ao teatro – aliás, nunca achei que trabalharia com teatro – eu me deparei com
um espetáculo inspirado no livro "Noites Brancas", em que o autor da
peça ficou fascinado pela questão de Dostoiévski: “Um minuto inteiro de
felicidade. Não basta isso para encher a vida inteira de um homem?”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu não sei exatamente quando é
que a gente pode deixar a razão entrar. E nem tão pouco sei se a gente tem
mesmo que proibir a emoção de se instalar, ficar a vontade na nossa morada e
guardar uma escova de dente no nosso armário pra quando precisar ficar. Eu
sempre me pergunto se o que sobra, e importa, no final da vida são todas as
decisões racionais que tomamos diante dos nossos sentimentos ou se são aquelas
em que a gente se perde e vive.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quando é exatamente que a gente
está se perdendo? E a partir de que momento a gente começa a viver? Nunca achei
que viveria um amor em que há um total desprezo por todas as convenções sociais
que determinam os relacionamentos. Ou talvez eu não tenha desprezado, mas sim
escolhido não pensar muito sobre isso por alguma experiência traumática que
trouxe uma incômoda e infinita certeza da própria finitude das coisas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O problema é que, como em
diversos momentos na vida, a gente às vezes sente o sonho se esvairindo e a
realidade tomando quietinha o seu lugar. Há uma constatação medrosa de que a
razão está fazendo cada vez mais visitas, e que durante a sua momentânea
estadia, vem preparando o terreno para se instalar. E é então que todas as
emoções se entristecem e perdem o próprio espaço, porque como o velho ditado
diz: dependendo da situação, a razão e a emoção não conseguem morar no mesmo
lugar. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A gente nunca sabe quando está se
perdendo, geralmente essa percepção ocorre quando a gente já se perdeu.
Partindo disso, há duas escolhas: aquela racional que aponta o caminho do seu
sentimento, e aquela em que você percebe que não há outro jeito a não ser
assumir o risco e ir viver as coisas, nem que seja pra descobrir no final da
vida se o que vale mesmo é se perder e viver, como os mais velhos sempre nos dizem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpx-SrEQYrFrLfug_X3AWAHT1juMXOyEVk3U9HtZfy3VHqsLWh18Qz_dhz50RNyUQXy5yVT2WwT8RBwsP_Dgd8ZGYOb3DOe57z8zZOhHGuU55Mdb7SQbEiRadTaE4edM8nYRF5aMB_Og/s1600/tumblr_n6gxx73gzJ1qdq8fgo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpx-SrEQYrFrLfug_X3AWAHT1juMXOyEVk3U9HtZfy3VHqsLWh18Qz_dhz50RNyUQXy5yVT2WwT8RBwsP_Dgd8ZGYOb3DOe57z8zZOhHGuU55Mdb7SQbEiRadTaE4edM8nYRF5aMB_Og/s1600/tumblr_n6gxx73gzJ1qdq8fgo1_500.jpg" height="320" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Hoje eu fiz um esforço para lembrar a última
vez em que fui feliz, e descobri que foi ontem, quando você me acalmou com dois beijos e depois aninhou minha cabeça no seu peito.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E mesmo com todas as incertezas, mesmo com a maioria das coisas se desenrolando tão
inesperadamente, e até mesmo com o fato de que eu nunca achei que seria
literária ao ponto de ler Dostoiévski: foi um minuto inteiro de felicidade. Basta isso para encher a vida inteira de um homem?”. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Letícia Cardoso</div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-32232697989456419582014-03-25T17:15:00.001-03:002014-07-31T12:42:56.563-03:00Sentir simples<div style="text-align: justify;">
<br />
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-size: x-small;">inspirado em "<a href="http://temposestranhos.blogspot.com.br/2009/09/latch-key-kid-coming-home-soon.html">Ser</a>"</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
Troquei o dia pela noite durante umas duas semanas. Escrevi umas quatro ou cinco páginas três dias depois. Me empanturrei de todos os doces que haviam no armário na primeira noite e tentei esquecer nas duas últimas festas que fui.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ontem tudo me lembrou você. Desde a música que tocou no rádio do carro até aquele pedaço azul de céu resistindo no meio daquelas nuvens cinzas e carregadas de chuva. Desde o personagem do livro até a nova estagiária confundindo o nome do entrevistado. Desde aquele texto sobre sinais e fazer as pessoas felizes da Clarice Côrrea até a nova música do Nando Reis.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho ficado mais em silêncio do que o normal. E no fim do dia quando o chuveiro limpa o corpo, a água borra a maquiagem e o pijama traz conforto, eu encontro você e todo esse meu jeito que só sabe ser sincero, sem voltas ou reviravoltas. E a minha saída é ser camarada comigo mesma e costurar algumas peças para cobrir essa minha nudez emocional, enquanto eu disfarço todo esse sentimentalismo clichê deixando os últimos quatro ou cinco textos para mais tarde. Meu nú anda coberto de receios de mostrar o que sente, porque eu não sei o que aconteceu com aquela coisa que me ensinaram sobre ser transparente.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Escrevo para agradecer, para dizer que estou indo, e que vou voltar a seguir por essa vida errando como é certo do meu jeito irreparável de acreditar e ser. Ser sentindo tudo verdadeiro simples.<br />
<br />
Letícia Cardoso</div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-68748077714411907852014-02-12T16:22:00.002-02:002014-02-20T18:05:18.382-03:00A hora do sim é o descuido do não<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: right;">
</div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-size: x-small;">"...e apesar de tudo eu penso sim, </span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-size: x-small;">eu digo sim, eu quero Sins"</span></i><br />
<span style="font-size: x-small;">Caio F Abreu em <a href="http://semamorsoaloucura.blogspot.com.br/2006/11/extremos-da-paixo.html">"Extremos da Paixão"</a></span></div>
<br />
Sempre admirei essas pessoas que conseguem esperar pelos sentimentos dos outros, ou até mesmo aguardar a ferida desse outro passar. Pra mim, elas são todas corajosas, altruístas e extremamente pacientes. Das histórias que eu conheço, muita gente permaneceu e conseguiu chegar lá: no sim.</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Mas aí, eu fico me perguntando: Como eles fizeram? Como eles conseguiram esperar pelo outro com a incerteza do que poderia acontecer? Ou melhor, como eles conseguiram deixar o próprio passado de lado e ignorar as possíveis complicações futuras e solitárias, caso o sentimento do outro não nascesse ou a ferida não fosse curada? Alguns processos alheios são muito íntimos e solitários pra gente querer dar conta.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Isso porque eu sempre enxerguei que relacionamento é uma mão de via dupla, uma questão de reciprocidade. Não dá pra dirigir nessa estrada sozinho, pelo menos não durante muito tempo. E os que dirigem sozinhos estão, na maioria das vezes, indo em direção a alguém. Ou fugindo de outro alguém. Sim, porque nós às vezes temos disso de entrar em relações que nos ajudem a esquecer pessoas. Não que isso seja errado ou não possa dar certo. Pelo contrário, dirigir fugindo de alguém pode realmente funcionar. Afinal, a gente nunca sabe o que vai acontecer ou quem vai encontrar na estrada. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Mas, quem cuida das nossas feridas quando a esperança acaba? O que a gente faz quando o outro não vem na nossa direção? Quem fica por nós quando já não importa mais qualquer tipo de prêmio, e sim quem vamos encontrar na linha de chegada? </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O ponto aqui é que talvez eu não esteja fazendo as perguntas certas, ou até mesmo não esteja enxergando a verdade das respostas. É difícil pensar sobre esperar pelos sentimentos dos outros, ou dar-lhes algum tempo e espaço para as feridas sararem, porque fazer isso é conseguir ignorar os próprios medos e frustrações pela possibilidade de encontrar esse outro no final. Algo que também pode não acontecer. É aquela eterna coisa de plantar e colher no qual muitos se machucam sem entender as voltas que o mundo dá, e outros conseguem realmente chegar lá.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Não sei, talvez a lição seja não desistir. Talvez a gente tenha mesmo que ficar até o final pra ver no que vai dar. Talvez a questão seja que não há outro jeito a não ser permanecer e arriscar. Mas, como os que conseguiram sabiam que um dia esse outro diria sim? Como a gente sabe quando deve esperar ou quando deve desistir? Certeiro mesmo foi Drummond resumindo o motivo de toda espera, tentativa ou falha em uma simples e importante busca. "<i>Este o nosso destino: amor sem conta, distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão, e </i>n<i>a concha vazia do amor, há a procura medrosa e paciente de mais e mais amor"</i>. É.<br />
<br />
E apesar de todos os vazios, eu ainda espero, eu acredito, eu me dedico, eu acabo procurando - medrosa e paciente - pelo sim.<br />
<br />
Letícia Cardoso</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-45402050420974155252014-01-02T12:06:00.002-02:002014-01-02T12:06:47.471-02:00"Eu temo se um dia me machuca o verso"<div style="text-align: justify;">
E sobre essa mania de falar de amor, eu nem sei de onde vem ou o que explicar.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pois quando me beijaram eu virei poeta, mas já tinha rimas prontas antes de amar.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-51762632890095166072013-12-23T18:04:00.000-02:002013-12-23T18:09:41.690-02:00Como a asa de uma borboleta<div style="text-align: justify;">
Asa de borboleta é a coisa mais frágil que existe, porque quando você a toca, ela se desfaz nos seus dedos deixando um brilhinho. Ela se desfaz, mas deixa um brilho. </div>
<div style="text-align: justify;">
Acho que a vida tem muito disso, várias de suas coisas se desfazem, mas algumas acabam deixando um brilho. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Várias coisas se desfazem, mas algumas deixam um brilho.<br />
<br />
Letícia Cardoso</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-26835641293424086322013-12-12T12:57:00.000-02:002013-12-23T18:09:25.234-02:00O lugar<div class="MsoNormal">
<span style="text-align: justify;">Eu gostaria de ficar para sempre ali parada, envolta e
envolvida por aquele lugar nunca antes visitado. Eu via muitas pessoas irem ao seu encontro todos os dias e me perguntava porque algumas
vezes era tão difícil ou por que motivo, por que razão, por que diabos
as mil horas trabalhadas por semana não pagavam para me colocar lá. Valor alto ou baixo da moeda, dez por cento do salário colocado na poupança e corte de gastos supérfluos: nada, nada
chegava ao preço estipulado de estar nele.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quando eu finalmente cheguei, a minha vontade era de nunca sair dali. Eu suspirei alto e você me perguntou se eu estava cansada de esperar. "Não, não, é só um suspiro". Mas eu estava sim, só não quis falar. E então, eu entrei naquele espaço que eu tinha a impressão de já ter visitado ou conhecido, mas a verdade é que eu nunca havia estado ali. Aquilo tinha um ar diferente, um afeto novo, de refresco, recomeço,
férias merecidas depois de meses ou anos de trabalho. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu gostaria de ficar para sempre ali parada, envolta e envolvida naquela
temperatura que surpreendia de tão ideal. Logo eu que tenho tantas dificuldades com climas, temperaturas e mal sei usar o ar-condicionado. Era
final de inverno e começo de primavera. E você sabe como são as coisas em
finais de inverno e começos de primavera, o dia pode amanhecer claro com um
calor enorme e terminar chuvoso com ventos gelados. E mesmo nessa confusão, esse local conseguia equilibrar toda as indecisões climáticas. No mundo lá fora, é importante carregar sempre uma blusa, optar por uma sapatilha que possa ser suja de lama e
nunca esquecer o guarda-chuva. Mas dentro desse local não, nele você pode ficar a vontade. Ele é seguro e feito pra
você. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quando eu finalmente entrei, a minha vontade era de nunca sair dali. Foi como se esse espaço tivesse sido realmente feito pra mim. Se eu ficar muito tempo longe, eu me perco e não me acho. Sinto falta, fico brava, me desaponto com esse meu jeito de criar laços. Fico pensando que eu gostaria de ficar pra sempre ali parada, envolta e envolvida nesse lugar tão
surpreendente e calmo que existe perto do seu peito e dentro do seu abraço.<br />
<br />
Letícia Cardoso</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-3050561187596621552013-12-05T11:36:00.000-02:002013-12-23T18:09:00.122-02:00O Homem e o Iceberg<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-size: x-small;">"Nós não fazemos outra coisa, não é? </span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-size: x-small;">Olhar para as coisas e provar bebidas novas"</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-size: x-small;">Hemingway em "Elefantes Brancos"</span></div>
<div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
O homem no bar tem um problema. Algo que não diz e não consegue dizer, que não fala e não consegue falar, que não expressa e nem consegue expressar. Uma série de pessoas estão ao seu redor. O cara comemorando o sucesso no vestibular e os próximos oito anos em medicina. A garota que, depois de tanto tempo, foi pedida em namoro. A despedida do colega mais inteligente e prestativo do trabalho que pagou a rodada para os amigos, porque em terra de jornalismo, CLT é rei.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Pessoas felizes passaram ao lado do homem no bar que tinha um problema, mas ninguém sabia o que era. E pra falar a verdade, ninguém notou também. Pediu uma bebida para disfarçar algo que não queria dizer, esquecer algo que não queria falar, deixar pra lá algo que não queria expressar. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvDYZnz5H_Dyaak-EsIRhwr1BOdS5zQxLpvqXgt1gn3pKUHiyg3IsLi93-T_JM0Fi-TwoKtSY9UnQlQTUsWqXLZigfRlaXjUD3R1MAJt39nkvOllyp4IhF4Q2fW2hu7p4gLj457BAIrA/s1600/tumblr_mu17uo9Din1su2xzeo1_500.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvDYZnz5H_Dyaak-EsIRhwr1BOdS5zQxLpvqXgt1gn3pKUHiyg3IsLi93-T_JM0Fi-TwoKtSY9UnQlQTUsWqXLZigfRlaXjUD3R1MAJt39nkvOllyp4IhF4Q2fW2hu7p4gLj457BAIrA/s400/tumblr_mu17uo9Din1su2xzeo1_500.jpg" width="262" /></a>"Qual bebida o senhor vai querer?", disse o barman</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
"A mais forte", respondeu</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
"Dia difícil?"</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
"Ninguém fala sobre a parte debaixo do iceberg."</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Entretido em si mesmo, o homem que tem um problema tomou whisk. Bons copos de whisk. E voltou a analisar a profundidade dos acontecimentos.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
"Eu não falo muito sobre você, porque tudo está muito além do que pode ser visto. Poucas pessoas entenderiam", disse o homem</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
"Então você bebe?", respondeu o iceberg</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
"Bebo e escrevo. Como todos os grandes caras."</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
"Mas se você escreve, é claro que você fala sobre mim. E deve ser horrível as pessoas saberem que você sofreu. E foi tanto, que você precisou escrever, botar pra fora, 'enfiar um dedo na garganta'.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
"Nem tudo. Às vezes eu só deixo a sua ponta movimentar o texto dando a ideia da história sem ser exatamente claro com a profundidade do tema ou da situação. Às vezes eu só deixo todos verem o que realmente podem ver."</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
"Falando assim, você até parece frio. O que você não é e nem nunca será. Mas a verdade é que todos sabem que seu texto nasceu de algo muito maior e profundo do que qualquer frase possa expressar, tipo a minha parte debaixo"</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Foi então que o homem debateu com o iceberg todos os textos que nasceram de algum conflito interno, de parágrafos formados para não dizer ou expressar tudo e das frases que nasceram para serem sutís.E não pense que existe um motivo poético ou uma construção criativa para não falar exatamente sobre a parte debaixo de nós. <span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Às vezes escritores realmente não sabem como dizer ou explicar, e escrevem justamente para tentar entender.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
"Eu sei que você tem um problema pelo número de copos de whisk que tomou", disse o iceberg</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
"Eu sei que você é um problema pelo texto que fez eu escrever", respondeu o homem.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Foi então que o homem sentado sozinho no bar parou de conversar consigo mesmo, pediu mais um copo de whisk e iniciou outro conto no papel. Isso para disfarçar algo que não sabia como dizer, esquecer algo que não sabia como falar, disfarçar algo que não sabia como expressar. Uma série de pessoas estavam ao seu redor. O futuro médico sendo carregado pelos amigos, a mulher e o seu novo velho namorado e o jornalista-rei falando sobre o chefe.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
"Dia difícil?" - disse o barman</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
"Nós não fazemos outra coisa, não é? Olhar para o que não entendemos e escrever coisas novas", respondeu o homem<br />
<br />
Letícia Cardoso</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-80547513558582647942013-11-28T16:01:00.001-02:002013-11-28T17:06:01.356-02:00E essa mania de falar em passarinhos?<div style="text-align: justify;">
Há um passarinho cantando na minha janela todos os dias às sete e vinte. Faz mais ou menos seis meses que eu acordo com ele cantando sem me importar se isso interrompe o meu sono de vez em quando. Ou o meus sonhos. Ou os meus planos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já procurei pelo telhado e não há ninhos. Já tentei olhar pela fresta, mas nunca sei onde ele fica. Nunca o vi de fato, e nem sei porque esse passarinho escolheu a minha varanda no meio de tantas outras pra cantar. Não tenho plantas, não deixo flores e nem água pra beber e mesmo assim ele volta todos os dias. Existe apenas a minha janela e eu dormindo ou acordando do outro lado. Fico desejando sair para ver como ele é ou até mesmo ser igual ao meu avô, que nasceu no interior e tem facilidade de reconhecer um passarinho pelo canto que ele tem. Mas no final das contas só fico escutando ele cantar do outro lado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu costumava acreditar que pássaros escolhem a sua morada para cantar quando ela é cheia de plantas, como se isso pudesse o lembrar de algum habitat muito distante. Mas isso não acontece com o meu passarinho, e ainda bem que ele tem asas para escolher cantar aonde bem entender. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Penso seriamente em demorar a abrir a janela pra não invadir bruscamente o seu espaço e a liberdade que ele tem de escolher a minha varanda para cantar, mas amanhã deixo flores e água só pra ele saber que existe alguém ali para o escutar todos os dias. Sempre é bom alguém invadir um pouco o seu espaço pra mostrar que se importa, ou que existe, ou que você melhora o dia. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Faz mais ou menos seis meses que um passarinho interrompeu minha rotina de sono habitual e os meus planos de dormir até mais tarde. No final das contas, eu descobri que é bom alguém aparecer de repente e mudar o decorrer das coisas. Foi assim que eu comecei a gostar do passarinho: escutando ele voltar todos os dias com a sua cantoria, mesmo comigo nunca deixando quase nada em troca. </div>
<div>
<br />
Letícia Cardoso</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-25790206165716881142013-10-11T18:07:00.003-03:002013-10-11T18:32:12.238-03:00"Morre e nasce trigo, vive e morre pão"<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="background-color: white; line-height: 22px;">
<div style="line-height: normal; text-align: right;">
<i style="font-family: inherit; text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>Quem sente mais, quem se expõe mais, tende a sofrer mais.<br />E quem não se expõe também, só não demonstra. </b></span></i></div>
<div style="line-height: normal; text-align: right;">
<i style="font-family: inherit; text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>Sentir não é sofrer. E não sentir, não é ser feliz.</b></span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i style="font-family: inherit; font-size: small; text-align: justify;"><br /></i></div>
<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong3687420558" name="gsSong3687420558" style="clear: left; float: left;" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf" /><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=36874205&style=metal&p=0" /><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=36874205&style=metal&p=0" /><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=Gilberto%20Gil%20Dr%C3%A3o" title="Drão by Gilberto Gil on Grooveshark">Drão by Gilberto Gil on Grooveshark</a></span></object></object> Fui procurar a história por trás de 'Drão', do Gilberto Gil e descobri que o cantor compôs para a ex-esposa alguns dias após a separação e tocou para ela algumas semanas depois de pronta, o que não mudou a decisão que eles tomaram. Talvez isso contribua muito para que as pessoas a enxerguem como uma canção de ruptura ou de um problema que fez o amor acabar e tudo o mais. O que não deixa de ser verdade, mas a gente sabe que ela não é toda assim.<br />
<br />
A letra traz coisas como <i>"Drão, não pense na separação, não despedace os coração</i>" ou <i>"Drão, os meninos são todos são. Os pecados são todos meus" </i>e vê que nisso tudo há mesmo um bocado de tristeza e melancolia. Fico pensando até no que se passa por dentro do Gil quando ele precisa cantar essa música ou dentro do Caetano melodiando <i>"Quem poderá fazer aquele amor morrer? Nossa caminhadura..." </i>em uma versão ainda mais linda com aquele estilo voz e violão que ele tem<i>. </i>As criações são de uma natureza muito íntima.</div>
<div style="background-color: white; line-height: 22px;">
<br />
Na sua análise de "Drão", o amor não tem que acabar, estar desgastado e ter nos dilacerado para haver uma separação. E eu concordo, às vezes o destino infelizmente tem a péssima ideia de não deixar o amor ser suficiente. Eu acho que quando há uma separação, a gente só precisa esperar que ele tome o seu rumo, ao invés de desejar que tudo acabe imediatamente. Os sentimentos simplesmente não tem disso, eles costumam se silenciar discretamente de um jeito que a gente nem percebe: fazendo as malas no meio de uma noite qualquer e encontrando algum espaço no peito que não lateje tanto para se instalar, junto com todos os outros amores do nosso passado. Bobagem essa história de que existe apenas um amor ou uma única alma-gêmea no meio de sete bilhões de pessoas. Todos os nossos amores, pessoas e épocas foram diferentes. E de algum jeito e sem medo é preciso dar um jeito de seguir em frente, sempre.<br />
<br />
Como você disse, a gente leva alguns golpes, cria umas cascas e evita de ter um outro relacionamento ou sentimento, até que um dia a gente encontra um outro amor assim: Drão. Porque a verdade é que Gilberto Gil foi muito mais incrível e cantou o destino de todos os amores, mesmo com a separação: <i>"Quem poderá fazer aquele amor morrer, se o amor é como um grão: morre e nasce trigo, vive e morre pão?"</i><br />
<br />
É como se não houvesse jeito. Que não adianta ter receio de se apaixonar ou de se envolver, porque isso deve acontecer com você e pronto. Aceite o seu destino e não fuja, evite ou tenha medo de qualquer caminho que o sentimento venha a ter. Ele não tem que nascer, morrer ou ter um ponto certo para chegar, porque <b>o amor é como um grão: quando vem, chega apenas querendo germinar.</b><br />
<b><br /></b></div>
</div>
<div>
<div style="background-color: white;">
<div style="text-align: justify;">
Letícia Cardoso<br />
<br />
<br /></div>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-13944446949944929292013-10-07T22:47:00.002-03:002013-10-07T22:58:31.718-03:00O destino de todos os afetos<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">O nosso carinho pelos outros é sempre muito particular e muito nosso: nasce dentro, vive dentro e até morre dentro também. </span><span style="background-color: white;">Mas, eu acho importante falar sobre ele com a outra pessoa. É como se o nosso carinho, mesmo muito particular e muito dentro, pudesse seguir um outro caminho para se encontrar.</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Acho que esse é o destino de todos os afetos: um outro carinho para se encontrar.</span></div>
<span style="background-color: white;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><br /></span>
<span style="background-color: white;">Letícia Cardoso</span></div>
<span style="background-color: white;">
</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-42643264716615337152013-08-27T00:48:00.000-03:002013-10-11T16:42:04.931-03:00Se eu não tivesse escutado sobre as Orquídeas<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong3956831122" name="gsSong3956831122" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf" /><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=39568311&style=metal&p=0" /><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=39568311&style=metal&p=0" /><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=Leo%20Fressato%20Outra%20can%C3%A7%C3%A3o" title="Outra canção by Leo Fressato on Grooveshark">Outra canção by Leo Fressato on Grooveshark</a></span></object></object><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Se a minha mãe não gostasse de orquídeas, eu nunca descobriria que existem plantas que florescem difícil. Eu não saberia, por exemplo, que alguns tipos de orquídeas demoram de dois a quatro anos para ter a primeira flor, mesmo cuidando da maneira certa e as deixando livres de ataque de larvas ou bichos. Eu nunca quis uma orquídea, porque eu sou daqueles seres humanos de natureza quase imediata. Se eu cuido, rego e adubo: eu quero uma flor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o problema é que a minha mãe gosta de Orquídeas, e sempre gostou. E eu aprendi a admirar desde pequena quem, pacientemente, espera por um florescimento difícil. Isso porque eu achava complicado ter tanto empenho por algo que vai demorar para nascer. Não sabia nem que, em algumas fases da vida, a gente vai adubar muita coisa mesmo com a possibilidade de algo nunca florescer. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se a minha mãe não gostasse de orquídeas, eu não teria descoberto cedo que tenho dificuldades em mexer com a terra, que eu nunca sei o quanto expôr ao sol e que eu esqueço mesmo de regar a planta todos os dias. Eu desistiria e largaria mão, optaria por uma outra muda, uma roseira ou um pé de amora, quem sabe? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o problema é que a minha mãe gosta de Orquídeas e me disse há muito tempo atrás que algumas plantas florescem difícil. Me ensinou que nem todo mundo nasceu para ser orquidófilo, e que era para eu ter um profundo respeito por todos os donos de Orquídeas Floridas que não são compradas prontas. E também por todas as que, depois de dois ou quatro anos, seguem o percurso da natureza e se permitem sair para o mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu nunca quis uma orquídea, porque eu sou daqueles seres humanos de natureza quase imediata. Se eu cuido, rego e adubo.. eu quero encontrar uma flor na minha janela. Roseiras, Girassóis e Zinnias germinam rapidamente e são mais fáceis de cuidar. Pés de goiaba, amora, pitanga e laranja nos dão segurança pelo ciclo de que tudo o que a gente planta e cuida, certamente vai nos dar frutos na próxima estação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o problema é que eu encontrei uma Orquídea no meu caminho. E ela é tão linda que eu aceitei cuidar dela sabendo que talvez ela não floresça na próxima primavera. Eu aprendi a sentir gosto pelo simples mexer na terra e adubar o necessário. Tem me alimentado até olhar na janela e ver que ela ainda está por ali fazendo as suas próprias coisinhas, com a sua meia-luz de sol necessária do dia. Pelos motivos de sua própria natureza, eu aprendi a entender (e até esperar) pacientemente o seu florescimento difícil, mesmo sem saber muito sobre o seu percurso de se permitir sair para o mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu nunca quis uma orquídea, mas não tive escolha e nem opção de voltar atrás quando a encontrei pelo caminho. Aconteceu. É muito loucura decidir ficar e cuidar de uma planta dessa espécie, eu sei. Talvez seja até um pouco desapontador não desistir de um dia ver a flor nascer. Mas tudo bem, nem todo mundo nasceu para ter uma.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ah mãe, se você não tivesse me contado sobre as Orquídeas... eu jamais iria compreender os corações desse tipo.<br />
<br />
Letícia Cardoso</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-67180404493318221752013-08-20T12:35:00.003-03:002013-08-27T00:31:11.446-03:00Será?<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
Na ponte das meias decisões, ninguém tem certeza de qual é a certa
e qual é a errada.<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
Meias decisões fazem parte daquele tipo de
situação em que você se depara com uma coisa certa que pode dar errado depois.
Ou uma coisa que parece errada, mas tem potencial pra dar certo. Ou se não, aquela hora em que você encontra exatamente o que sempre quis, mas que poderia ter vindo antes. Ou depois. Ou talvez daqui a alguns meses, quem sabe? Mas aí, chega uma hora em que você é obrigado a tomar uma decisão diante do que apareceu na sua frente, ou literalmente caiu em suas mãos.<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
Na ponte das meias decisões ninguém tem
certeza se a que tomou é realmente a errada. E se assim parecer, a gente nega
todo o errado que aquilo pode ter criando alguns motivos para ter decidido
aquilo. Parece errado agora, mas é o certo porque pode dar errado depois.
Parece errado agora, mas é melhor assim porque eu não estou pronto. Parece
errado agora, mas lá na frente eu vou ver que eu deveria ter feito isso. A gente tem uma capacidade enorme de fazer tanta coisa
parecer errada só para mentir pra si mesmo ou tirar algum peso de "consequências" das costas.</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
No final das contas, por mais que pareça certo ou errado, só a gente vai ter que lidar com o que poderia ter sido e não foi. Do
que deveria ter sido e nunca será. Do caminho que era para ter vindo e nunca
virá e assim por diante. </div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
Eu tomei uma decisão, mas e se..será?<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<span style="text-align: justify;">A gente nunca vai saber direito o outro lado. </span></div>
<div style="text-align: start;">
<span style="text-align: justify;"><br /></span></div>
<div style="text-align: start;">
<span style="text-align: justify;">Letícia Cardoso</span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-83548033934729916002013-08-05T13:43:00.001-03:002013-09-17T16:51:18.772-03:00Primeiro um desespero, e depois uma calma<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong3783781065" name="gsSong3783781065" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf"><param name="wmode" value="window"><param name="allowScriptAccess" value="always"><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=37837810&style=metal&p=0"><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window"><param name="allowScriptAccess" value="always"><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=37837810&style=metal&p=0"><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=Kodaline%20All%20I%20Want" title="All I Want by Kodaline on Grooveshark">All I Want by Kodaline on Grooveshark</a></span></object></object><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Há quem diga que eu busco respostas muito "no preto ou no branco". Que nem tudo "é" ou "não é", e que é preciso pensar sempre no “depende” antes de qualquer resposta racional que eu procure para uma pergunta. Que eu enrolo, mas no final das contas, eu acabo me entregando a uma necessidade maior de se viver do que necessariamente medo de me machucar. Mesmo que não haja respostas ou decisões definitivas. Existe alguma?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Li uma entrevista esses dias em que, durante uma pergunta sobre a juventude atual, a atriz Letícia Sabatella disse algo como “A gente tem que ter um certo cuidado com a nossa capacidade de viver a vida intensamente e de querer mudar as coisas. E também com a nossa capacidade de amar e querer ser incrível com alguém, porque tudo isso é muito precioso”. Ela finalizou dizendo que somente os jovens tem essas sensações de uma forma desesperadora, e que é por causa disso que eles mudam o mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8iZ8brrHQyw9l4rM0u2J-Mb-oZipa1bWKQHnqH96Ch8DjPK3VIxQPw-9v3thrwalx3zWbiCniJ4pEonZocQCjudvBgNOcTdRkJ3NP_X-YQ-VIS3pcpAsnW0VW4ALBHUCvs8x9ZrQ5Mg/s1600/tumblr_m7wdnnzB5b1qidlwfo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="216" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8iZ8brrHQyw9l4rM0u2J-Mb-oZipa1bWKQHnqH96Ch8DjPK3VIxQPw-9v3thrwalx3zWbiCniJ4pEonZocQCjudvBgNOcTdRkJ3NP_X-YQ-VIS3pcpAsnW0VW4ALBHUCvs8x9ZrQ5Mg/s320/tumblr_m7wdnnzB5b1qidlwfo1_500.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Para mim, ela quis dizer que nós - jovens, adultos, pais, filhos, avós e qualquer pessoa na terra - temos que cuidar de todas essas coisas, porque elas são muito frágeis e deveriam durar. Por isso existe essa necessidade de proteger o que se é ou o que se tem em quase todas as situações do caminho. Há uma vontade enorme em se jogar de cabeça, mas ao mesmo tempo um medo absurdo de cometer um erro. Poucos são os que se arriscam sem pensar, seja em um relacionamento, um emprego ou qualquer primeiro, segundo ou terceiro passo. A gente sempre pondera, porque algumas decisões machucam e podem doer por um bom tempo. E mesmo assim, a gente - jovens, adultos, pais, filhos, avós e qualquer pessoa na terra - ainda consegue mudar o mundo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas sem pensar no meio-termo, eu digo que a maioria das coisas nunca duram. Elas tem um prazo de intensidade e frieza, de certeza e dúvida e tantas outras coisas que fazem parte da nossa existência aqui. Eu digo que, em algumas fases, a vida parece muito ser um lugar para um monte de coisas ruins acontecerem. Eu digo que tem dias que a gente não vive, apenas sobrevive. E ainda tem que agradecer por isso, porque algumas sobrevivências são melhores que outras.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimYN-x70ljQoj_C1aG-BKFyhyphenhyphen1L94eBsk1Pf7aeqjm0SWNwIbzhVqelmX1EI6oU4yzRKD_Jix1lmn1vRnL20iH2ZvjYbfqDjP8joXGUQBSUmMS4F60LDHcDbhJ8ml77_ztGHhcwy0cuQ/s1600/tumblr_li0le8bpk81qzecayo1_500.png" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimYN-x70ljQoj_C1aG-BKFyhyphenhyphen1L94eBsk1Pf7aeqjm0SWNwIbzhVqelmX1EI6oU4yzRKD_Jix1lmn1vRnL20iH2ZvjYbfqDjP8joXGUQBSUmMS4F60LDHcDbhJ8ml77_ztGHhcwy0cuQ/s320/tumblr_li0le8bpk81qzecayo1_500.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>"Lembre-se que toda pessoa que você conhece tem medo de alguma coisa. </i><br />
<i>Ama alguma coisa. E perdeu alguma coisa."</i></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A questão é que eu cheguei a conclusão de que nada vai ser como a gente quer ou espera. Eu entendi que cada um tem a sua história e olhando para a minha e para a sua, leitor, há realmente coisas que a gente nunca vai superar. Há também pessoas que nós perdemos para sempre e momentos que não acontecerão novamente. Há chances que não virão pela segunda vez, ponteiros de relógio que nunca vão parar de voar e sonhos que vamos desacreditar e, mais tarde, voltar a acreditar novamente. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="padding: 0px !important; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Mas sem cuidado algum, eu digo que existem outros lados. Eu acredito que ao mesmo tempo em que a vida te bate, ela te acaricia. Do mesmo modo em que ela dificulta, ela te dá força e sorte. Eu digo que as pessoas que ela tira, ela te devolve. Que não importa aonde nascemos, nós sempre acabamos encontrando uma relação de nível familiar em alguém que nem é do nosso sangue. Penso que tem gente que aparece apenas para envelhecer algumas feridas e nos ensinar a começar de novo. Acho sim que, dependendo da situação, dá pra voltar atrás e fazer - ou tentar ser - melhor. E acredito que as coisas frágeis nos apontam o que é precioso. E a gente não pode parar de repetir nada de precioso nesse mundo. </span></div>
</div>
<div style="padding: 0px !important; text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div style="padding: 0px !important; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
O futuro pode não ter a “roupagem” que desejamos, mas ser bom do mesmo jeito. Acredito de verdade que entre decisões certas e erradas do passado, o lugar aonde você se encontra agora é exatamente aonde você deveria estar. A gente vive o mesmo tanto que sobrevive e ganha o mesmo tanto que perde. É dessa forma que prefiro olhar os caminhos, enquanto sigo procurando decisões que causarão menos dor, mas depois me entrego ao fato de que as coisas que a gente precisa viver podem ser muito mais importantes e gostosas do que o nosso medo de nos machucar. Ou de errar. E talvez essa seja a coisa mais difícil de se decidir sobre qualquer questão, principalmente porque não existem decisões e respostas definitivas. Tudo pode mudar.</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi66sK4p4nKsfOes7_m41DU9abPP0v0AKAoa1JWDDs1Blmn2BG1VO97vGHNUAlseA0bHNhgXhKQFvRMFdsqyeLSSdjO1pCkJiBQCmCfdNpAcSzoJGiiim-_O7bStmDKXKtKERGTwpf7Tw/s1600/tumblr_lmwhctVkRV1qbwxizo1_500.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi66sK4p4nKsfOes7_m41DU9abPP0v0AKAoa1JWDDs1Blmn2BG1VO97vGHNUAlseA0bHNhgXhKQFvRMFdsqyeLSSdjO1pCkJiBQCmCfdNpAcSzoJGiiim-_O7bStmDKXKtKERGTwpf7Tw/s320/tumblr_lmwhctVkRV1qbwxizo1_500.png" width="293" /></a>A vida é a maior loucura que existe com todas as suas coisas boas e ruins, e viver intensamente é passar por tudo isso. E não importa o número de conselhos que as pessoas vão nos dar, algumas coisas a gente só consegue fazer quando está pronto. Do nosso jeito. No nosso tempo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Seja a ferro e fogo ou equilibrado, na razão ou na emoção, no impulso ou na calma, não importa. Na dúvida: escolha simplesmente viver. Do seu jeito. No seu tempo. Só não se esqueça de que decisões fazem a vida andar, principalmente porque não há como viver no meio-termo. Ninguém vai me tirar da cabeça de que não existe "depende" pra isso. Existe?<br />
<br />
Há um sentido para nascermos chorando e depois nos acalmarmos na segurança do colo de alguém que nos ama, ou no berçario com uma galera que está passando pela mesma coisa. A vida, e o resto dos anos, vão funcionar da mesma forma: primeiro com um certo desespero de fazer chorar e depois alguma calma.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Primeiro um desespero, e depois uma calma. Vale desistir por causa da primeira sensação?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Letícia Cardoso</div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-53752871675573745782013-07-19T17:58:00.000-03:002014-07-09T02:31:38.436-03:00Este sonho ainda não tem título<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong3826912461" name="gsSong3826912461" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf"><param name="wmode" value="window"><param name="allowScriptAccess" value="always"><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=38269124&style=metal&p=0"><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window"><param name="allowScriptAccess" value="always"><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=38269124&style=metal&p=0"><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=Frejat%20Sobre%20N%C3%B3s%20Dois%20e%20o%20Resto%20do%20Mundo" title="Sobre Nós Dois e o Resto do Mundo by Frejat on Grooveshark">Sobre Nós Dois e o Resto do Mundo by Frejat on Grooveshark</a></span></object></object><br>
<br>
<div style="text-align: justify;">
Tenho sonhado um sonho com você. Não daqueles de quando a gente acorda no meio da noite e por alguns segundos lembra de algo, mas sim aquele em que a gente começa a sonhar antes de dormir. Tem nascido assim, bem discreto e miudamente, o sonho que ando sonhando com você.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlsVibm2ggvWlPqZ79P1w6fQ-IJ19mD9yPk0x8Tl2nASY-Gd3FTAReRdMd3G5hOBeiWNUHiMEOjrqlbUxznVG-qv5zX-JSNbuHltYm6DtSgchKLbrdQZRwR-o80OWYK1_2_9jK-pCA-Q/s1600/tumblr_mh2du1Ka2f1qz4d4bo1_500.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlsVibm2ggvWlPqZ79P1w6fQ-IJ19mD9yPk0x8Tl2nASY-Gd3FTAReRdMd3G5hOBeiWNUHiMEOjrqlbUxznVG-qv5zX-JSNbuHltYm6DtSgchKLbrdQZRwR-o80OWYK1_2_9jK-pCA-Q/s320/tumblr_mh2du1Ka2f1qz4d4bo1_500.jpg" width="223"></a></div>
Tava aqui pensando escondido que os sonhos que a gente mais quer que se tornem realidade não podem nem desconfiar que andam sendo sonhados, principalmente os de amor. Os mais queridos - e que fique claro que estes não precisam ser necessariamente de amor - são sempre muito tímidos e não gostam de ser alarmados ou notados em uma sala cheia de gente, embora sejam capazes de aparecer no meio de uma multidão dentro da nossa cabeça e (por que não?) coração. Tem sonho que é tão íntimo que a gente até fica sem jeito de contar para uma pessoa. Parece bobagem dizer que deita na cama e sonha, ou encosta-a-cabeça-na-janela-depois-de-um-dia-pesado-no-trabalho-e- sonha. Os sonhos que a gente mais quer não costumam virar realidade, por isso eu sentei aqui tímida e comecei a pensar escondido sobre essas coisas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
<div style="text-align: justify;">
No final das contas, sonhar é esperança ou até mesmo a falta dela quando imaginamos por trinta segundos como seria determinada coisa sabendo que ela pode não vir a ser. Sonhar, meu bem, faz um bem danado. Não custa nada e nem tira pedaço. Mesmo que após um gesto rápido, urgente ou impensado o sonho tímido saia da sala envergonhado e se descubra, na verdade, uma ilusão. O meu sonho contigo me lembra o jovem <i>Werther,</i> de Goethe, rindo do próprio coração, mas lhe fazendo todas as vontades. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
<div style="text-align: justify;">
Por tudo isso é que eu tenho sonhado um sonho com você. Não daqueles de quando acordo no meio da noite e por alguns segundos lembro de algo, mas sim aquele em que começo a sonhar antes de dormir. </div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">Penso sobre isso que costuma nascer assim, bem discreto e miudamente, como o sonho que ando sonhando com você.<br>
<br>
Letícia Cardoso</div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-83286950946627791332013-05-28T01:11:00.001-03:002013-05-28T11:28:02.797-03:00Sementes de Pé de Manga Espada<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong2553704095" name="gsSong2553704095" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf"><param name="wmode" value="window"><param name="allowScriptAccess" value="always"><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=25537040&style=metal&p=0"><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window"><param name="allowScriptAccess" value="always"><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=25537040&style=metal&p=0"><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=Playing%20For%20Change%20All%20You%20Need%20Is%20Love" title="All You Need Is Love by Playing For Change on Grooveshark">All You Need Is Love by Playing For Change on Grooveshark</a></span></object></object>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
Existe um museu na Croácia chamado "Museu dos Corações Partidos". Criado em 2006, ele expõe objetos de relacionamentos que não deram certo, bem aqueles que a gente ganha quando está envolvido com alguém e não sabe muito bem o que fazer quando tudo acaba. O que começou com 70 peças, hoje tem mais de mil. <b>Existem mais de mil pessoas com o coração partido no mundo, muito mais.</b><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os donos do museu, que namoraram de 1999 a 2003, criaram o espaço exatamente por esse motivo: o de não saber o que fazer com todas as coisas que ficaram do relacionamento que não deu certo. Ao longo dos anos, diversas pessoas de coração partido foram contribuindo com o acervo do museu. Há a vasilha d'água representando as lágrimas derramadas, a cueca, as algemas cor-de-rosa, o ursinho, a camiseta vermelha, o molho de chaves e até mesmo um machado e um anão de jardim sem nariz. Os objetos expostos tem data de início e fim do relacionamento, além de uma breve história por trás do seu significado. Todos eles foram doados ao "Museu dos Corações Partidos" representando o fato de que cada um tem o seu jeito de partir e se despedir.<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhySRUVvdzJt6z04SJB16Ox24vgAgHQfoIpzRtrmTE2YCg50uEZFYLovaid-cIPN6XAvc3SRWnFprxEPlqXGXzNeiA_z28F1s7ZHTSHQdfywk7xHRKKWhz6rQBUAZ3WnKSuDvjUEQ2J0A/s1600/DSCF1019.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhySRUVvdzJt6z04SJB16Ox24vgAgHQfoIpzRtrmTE2YCg50uEZFYLovaid-cIPN6XAvc3SRWnFprxEPlqXGXzNeiA_z28F1s7ZHTSHQdfywk7xHRKKWhz6rQBUAZ3WnKSuDvjUEQ2J0A/s400/DSCF1019.JPG" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Machados também sabem falar de amor</i></td></tr>
</tbody></table>
Tem esse curta-metragem chamado "O céu no andar de baixo" sobre o menino Francisco, que era apaixonado pelo céu e ao longo do anos descobriu que tinha apenas duas opções na vida: só poderia olhar para baixo ou olhar para cima. Por uma questão de "sobrevivência" ele optou por olhar para baixo a fim de evitar quedas e outros problemas durante o caminho. Aos doze, ele ganhou uma máquina fotográfica e desde então passou a fotografar o céu fazendo uma comparação à expressão das pessoas. “Há um céu para cada quando”, é.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E aí que em uma das suas fotografias a vida tomou um outro rumo e o levou a escutar as reflexões de um pé de manga espada sobre o amor. Compreendeu que qualquer árvore nesse mundo é
exatamente igual a gente: cheia de folhas sorrindo para o sol e, ao mesmo tempo, com enormes raízes cobertas de segredos e coisas íntimas que só são vistas se cavarem fundo, e muito fundo. Concluiu ainda que <b>o pé de manga espada é exatamente como todo o amor: </b>cresce cheio de frutos e deixa enormes raízes dentro de nós.<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIR3NuqjzMdNpyTQA5LmaFVWB85zM2Z0gDYDhD3GQDvcak-XHDrrm9C1-kj0u9k2dwqxZqTy4OXqze1gLrYaV7YCeS0PX_ctZyjFYDE8kOvFK98zdibnJjohOGC1AhhzTmKLVlWX-dbw/s1600/103466_CIA_33708.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIR3NuqjzMdNpyTQA5LmaFVWB85zM2Z0gDYDhD3GQDvcak-XHDrrm9C1-kj0u9k2dwqxZqTy4OXqze1gLrYaV7YCeS0PX_ctZyjFYDE8kOvFK98zdibnJjohOGC1AhhzTmKLVlWX-dbw/s400/103466_CIA_33708.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"<a href="http://portacurtas.org.br/filme/?name=o_ceu_no_andar_de_baixo" target="_blank">O Céu no Andar de Baixo</a>"</td></tr>
</tbody></table>
Assim como o Francisco, eu fiquei pensando que todo mundo
tem uma série de tocos e objetos ao longo do caminho, e que talvez o amor tenha mesmo esse processo que a árvore diz. Eu concluí que quando a gente para pra analisar tudo isso, vem aquela sensação de que é perigoso deixar qualquer coisa se enraizar. Por isso hesitamos diante das "sementes distraídas que aparecem ao acaso", e estão vindo logo ali para crescer de alguma forma. Às vezes eu acho que é melhor nem pensar nessa parte obscura que ninguém vê. Olhar para cima também é uma questão de sobrevivência, até mesmo quando não há mais folhas e flores para contar. As árvores são responsáveis por uma boa parte do respiro limpo do nosso mundo... novos pés de manga espada também.<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Talvez passar pelo processo de crescimento de um novo sentimento sem pensar nos tocos, "podas" e objetos deixados para trás também seja uma questão de sobrevivência nossa ou do amor, sei lá. Cada um tem o seu jeito de partir e recomeçar. <b>Existem mais de mil pessoas querendo ir ao encontro de um pé de manga espada no mundo, muito mais.</b><br />
<br />
Letícia Cardoso</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-80736671685940943122013-05-15T12:29:00.000-03:002013-05-27T14:02:52.464-03:00Outro texto sem destino<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: x-small;">um texto para os meus amigos</span><br />
<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong2317874635" name="gsSong2317874635" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf" /><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=23178746&style=metal&p=0" /><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=23178746&style=metal&p=0" /><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=Legi%C3%A3o%20Urbana%20Tempo%20Perdido" title="Tempo Perdido by Legião Urbana on Grooveshark">Tempo Perdido by Legião Urbana on Grooveshark</a></span></object></object> </div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
Estamos todos virando adultos. É, e não tem volta. Não esqueço daquele texto do Bernardo Biagioni se perguntando <a href="http://bernardobiagioni.tumblr.com/post/6963503254/paraondestamosindo" target="_blank">"Para onde estamos indo?"</a> após seus três anos de profissão e de estrada. Estou nos meus primeiros meses de jornalismo, no trânsito às nove da manhã, nas trinta e algumas poucas horas a mais de trabalho por semana, nas peças de teatro, no "happy hour" com o pessoal do trabalho, nas festas dos amigos do colégio, no cinema em plena terça-feira e em todo lugar sem cansar de me perguntar: Para onde nós todos estamos indo?<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghbDHRh0Sp1sjxRBO1GGpEpI7P2gvLKDzyUabZye7qy2FcEgQmv_I1d6nuiZ7li737lI-GxAefXgY1bKJfsffbfDphgtDyhzBJjn39lDwAPByXIOT0_FEpJI2FouhTwAvoKjpgJuArrw/s1600/tumblr_m4i5wlDHQe1qkjo6mo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghbDHRh0Sp1sjxRBO1GGpEpI7P2gvLKDzyUabZye7qy2FcEgQmv_I1d6nuiZ7li737lI-GxAefXgY1bKJfsffbfDphgtDyhzBJjn39lDwAPByXIOT0_FEpJI2FouhTwAvoKjpgJuArrw/s400/tumblr_m4i5wlDHQe1qkjo6mo1_500.jpg" width="400" /></a></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E não é só comigo. É com o meu amigo radialista, a menina que quer trocar de curso e com o o cara que acabou de começar o TCC. É com o menino perdido em outra cidade e querendo voltar, com o que largou tudo para fazer um mochilão, com o que foi morar em Ipanema e "Nossa Lê, eu tô a-do-ran-do!". Essa dúvida também está batendo naquele que comprou o carnê do INSS, porque ainda não arranjou emprego fixo, com o que começou a pagar o empréstimo que fez no banco e também com o que reclamou do fato de precisar declarar o imposto de renda no ano que vem.<br />
<br />
Na turma dos que se perguntam para onde estamos indo tem quem inventou uma desculpa e faltou no trabalho para emendar o feriado, tem o que não quis perder tempo e emendou a pós. Tem quem decidiu entrar na academia, começar a terapia, fazer um curso de cinema, trocar o guarda-roupa, virar blogueiro, criar um podcast, ter uma coluna no blog nerd e comprar o Iphone 5. Tem quem largou o jornalismo, a matemática, a engenharia de alimentos, o turismo e decidiu prestar o vestibular mais uma vez. Não tem ninguém querendo virar escritor, perder a melhor festa do ano, não conhecer uma garota legal ou perder o contato com o cara engraçado do trabalho.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
São todos os meus amigos e estão todos indo para algum lugar. Ninguém sabe de verdade o que está acontecendo, mas todo mundo desconfia: estamos crescendo e estaremos sempre. Não sabemos para aonde exatamente o futuro vai dar, mas continuamos vivendo e sendo empurrados por essa vontade de ser feliz e ter coisas bonitas para contar.<br />
<br />
Isso porque parar agora não vale e desistir agora não dá, nós todos caímos nesse presente incerto e acabamos de começar. Respirar fundo e decidir continuar seguindo em frente vai fazer toda a diferença no caminho, você vai ver. Mesmo sem saber com quem, fazendo o que, quando, onde, como ou por que.<br />
<br />
Estamos todos virando adultos e eu tenho medo de ver alguém se cansar, desistir e decidir parar com tanta vida esperando o desenrolar da nossa história. É clichê dizer que a gente tem que tentar ser feliz? É, e não tem volta. Mas tudo bem, ninguém se importa.<br />
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Letícia Cardoso</div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-44683348937755894262013-04-28T15:55:00.001-03:002013-04-30T12:51:05.513-03:00Chega de Saudade<div style="text-align: justify;">
Tom Jobim nos fez chorar. Não porque era Tom Jobim, não porque conheceu Vinícius, não porque cantou com Elis. Mas porque fez a gente ficar se perguntando se um dia teríamos um sentimento igual ao dele, bem esse que sai do peito e sempre vira algo bonito. </div>
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Ontem, depois daquela lista musical de amores populares brasileiros, eu fui dormir pensando que os caras que sabem mesmo falar de amor são de muito antes. Muito antes de eu nascer, muito antes de Deus fazer você, muito antes de todas as coisas poéticas existentes agora. Não é mais novidade alguma falar de amor, e ainda sim ele continua inspirando o mundo afora. O sentimento está nos olhos, nos poros, nos muros e nas paredes do metrô. As pessoas estão sim cada vez mais dispostas a falar de amor. Você vê? </div>
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Tom Jobim nos fez chorar. Não porque era Tom Jobim, não porque conheceu Vinícius, não porque cantou com Elis. Mas por tocar mais profundo que o Cazuza dizendo que sabia que <i><a href="http://letras.mus.br/tom-jobim/49040/" target="_blank">por toda a vida iria amar</a></i>. Por compôr os desencontros de Vinicius e usar o sorriso Elis para atestar que todos os caminhos sempre levam ao encontro de nós dois, mesmo que a gente escolha se perder uma, duas, três e mais uma vez depois.<br />
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E se você quiser montar o fundo e deixar a sua marca de quem entende a sensibilidade dos acordes sentimentais, coloque o Chico para tocar. Despreze as rimas e escolha o Buarque, porque na terceira ou quarta faixa ele compôs que não há motivos exatos e nem quantidade de tempo para se apaixonar por alguém:<i><a href="http://www.youtube.com/watch?v=_JEsCzTinac" target="_blank">"Gostava dela, porque ela era ela e eu era eu"</a></i>. Foi assim, eu te encontrei e aconteceu.</div>
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Tom Jobim nos fez chorar exatamente porque era Tom Jobim. Por cantar um álbum inteiro em homenagem ao Vinícius, por chamar Elis para sorrir por todas as pessoas que chegam como uma nova esperança, bem aquelas que aparecem para acabar com uma lembrança ruim.<br />
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Porque no final das contas alguns amores só aparecem mesmo para nos amanhecer. Porque um dia a gente entende e se perdoa por gostar de alguém com tamanha facilidade. Porque você, meu amor de bossa nova, foi exatamente <i><a href="http://letras.mus.br/vinicius-de-moraes/86784/" target="_blank">o que tinha de ser</a></i>. Então... <i><a href="http://letras.mus.br/tom-jobim/49028/" target="_blank">chega de saudade.</a></i><br />
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Letícia Cardoso</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-89179464161913446682013-04-07T22:40:00.000-03:002013-09-25T11:42:10.537-03:00Descobrindo o seu próprio tom<div style="text-align: justify;">
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Eu soube o que era um estetoscópio quando tinha sete anos. Na época eu quis ter um só para escutar o coração das pessoas que eu gostava, e acabei não contando para ninguém por algum tipo de medo bobo de todo mundo estranhar. Nenhuma criança da minha sala havia pedido um estetoscópio de Natal, então eu deixei esse desejo de lado e durante um bom tempo fui dormir imaginando como seria o som do coração do meu irmão.</div>
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Dia desses eu lembrei dessa vontade quando pensei que se eu fosse médica, eu seria cardiologista. Se eu fosse cirurgiã, optaria por consertar corações. Hoje sou jornalista, e não tenho dúvida alguma de que essa minha mania de escrever sobre sentimentos tem a ver com o fato de que um dia eu quis um estetoscópio só para escutar corações.</div>
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E de repente me bateu aquele desejo de infância de novo. Eu quis sair do trabalho e ir diretamente comprar um estetoscópio. Eu quis bater no quarto do meu irmão e finalmente saber como é o som do coração dele. Eu quis colocar o aparelho no peito e ver se há alguma diferença nas minhas batidas quando eu penso em determinadas coisas, e se isso me ajudaria a fazer boas escolhas. Eu quis me apaixonar por alguém e escutar o coração dessa pessoa apenas deitando a cabeça no peito dela, porque eu acredito de verdade que amar alguém também é saber escutar o coração dela sem aparelho algum e com todos os barulhos existentes no mundo.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0uthvskbvyVJqQPoRn7ZdGV_lQ-j2Nlpz0o8ILtc9pcuPmrZsR9-XTd0hVqCdrQCrUJZVGh-UwZyN7U9zFI6amARVNGQo3tcnWlQpxaltyEfsozy4SOkaIWEvoTxnOYldHCmDEE4NJg/s1600/s2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0uthvskbvyVJqQPoRn7ZdGV_lQ-j2Nlpz0o8ILtc9pcuPmrZsR9-XTd0hVqCdrQCrUJZVGh-UwZyN7U9zFI6amARVNGQo3tcnWlQpxaltyEfsozy4SOkaIWEvoTxnOYldHCmDEE4NJg/s400/s2.jpg" width="270" /></a>Não sei se vendedores de estetoscópio pedem algum tipo de satisfação, mas e se o vendedor da loja estranhasse o meu pedido? E se ele me olhasse estranho quando eu dissesse "sim moço, é só pra saber o som do meu e do coração das pessoas que eu gosto"? Talvez nós dois ficaríamos dentro de algum tipo de silêncio incômodo durante os segundos em que ele me julgaria com o olhar, sem saber se é certo ou não me entregar o aparelho que ele segura firmemente com a mão direita. E durante esse tempo eu me perguntaria se o vendedor já teve o seu coração escutado, se ele tem noção do que significa alguém querer escutar o seu e se ele acha bobo uma adulta formada em humanas querer um aparelho médico para essa finalidade. É estranho escutar o coração hoje em dia?<br />
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Na mais leve das hipóteses, ele riria da minha cara achando tudo aquilo meio bobo e eu fosse embora com a consciência de que é um pouco bobo sim, mas é uma coisa tão minha que ninguém tem nada a ver com isso. Hoje em dia eu sei que não tem problema algum pedir um presente de Natal diferente das outras crianças da classe, e ficarei contente se meus filhos descobrirem isso rapidamente. Se leva um bom tempo para perceber o quão pode ser bonito todas as coisas bobas, tolas e tão nossas.<br />
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E na hipótese mais otimista e simplista da minha história com o vendedor, ele seria simpático e falaria que outros clientes já haviam comprado um estetoscópio com a mesma finalidade. Que a venda do aparelho naquela semana havia sido baixa, por causa de uma remessa com defeito que foi entregue pelo fabricante. Os noticiários não estavam veiculando, mas parte da população andava com dificuldades de escutar os batimentos cardíacos das pessoas que elas amavam, porque uma das máquinas havia sido limpa com um teor mais alto de soda cáustica, o que atinge diretamente a captação dos sons graves dos aparelhos.<br />
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Então eu fecharia o pedido sabendo que não é preciso ser estudante de medicina, ter pressão alta ou estar doente para comprar um estetoscópio. Eu pagaria pelo meu aparelho rapidamente no caixa e iria para casa sabendo que os sons nunca serão os mesmos, porque um coração que sente afeto pela gente, ou é amado pelo nosso, sempre "toca" de um jeito diferente dos outros.<br />
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Talvez seja por isso que eu sempre quis um estetoscópio: em uma realidade palpável, eu conseguiria escutar o "toque único" existente dentro de cada um. Todos nós temos um tom próprio, e por mais que pareça bobo, eu me pergunto: quem estará disposto a escutar o nosso?<br />
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Letícia Cardoso<br />
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Unknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-5971437774106828122013-04-01T13:32:00.000-03:002013-04-01T13:33:41.893-03:006.999.999Sete bilhões de pessoas no mundo e você sente falta de uma que ainda nem conheceu.Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7098227684693798166.post-84087373161733768552013-03-15T15:17:00.000-03:002013-04-08T00:29:36.535-03:00Seus filhos são jornalistas<div style="text-align: justify;">
Eu sei que me vendo aqui em cima com beca e diploma na mão, você deve estar achando que acabou. Que eu estou formado e o seu dever está cumprido. Que fui um bom filho e segui os seus conselhos, ou que talvez tenha seguido só metade deles, mas mesmo assim continuei sendo um bom filho. Acho que nesse momento deve estar passando uma série de coisas pela sua cabeça, como o primeiro dia em que eu coloquei a mochila nas costas e fiz o primeiro escândalo na porta da escola porque não queria entrar. Ou até mesmo porque diferente das outras crianças eu simplesmente entrei curioso com o novo lugar sem olhar pra trás, e você ficou se perguntando como eu naquele "tamanico" já conseguia te deixar. Deve estar passando também todas as vezes em que você se preocupou com as minhas notas e o que era necessário para que eu entendesse de física ou matemática. Pois é, aquela minha falta de aptidão para exatas era o primeiro indício de que eu seria jornalista. </div>
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Pois bem, aqui estou. Entrei na escolinha com a minha mochila, consegui entender a matemática e me formei em Jornalismo. Falando assim até parece simples, mas não foi tão rápido e nem tão simples e muito menos tão vago. E digo que apesar da sensação de dever cumprido, não acabou, eu ainda preciso de você. Querendo ou não, eu ainda tenho aquela criança de três anos em mim e você continua tendo a mesma preocupação daquela época.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZkSlfQYtxcn9L-UjWJn7XNUlcKfEV_856wkx_aA6KhGAm7u6d7Eucbh7hFXaS3ECXvdVXS3e0CetZN723itvi13ui6kmvF83JtD3sz35ueerZQk_JWTwDtSEoO43LZICojDYSAoTwEg/s1600/tumblr_mjpon8pazh1rx2dhro1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZkSlfQYtxcn9L-UjWJn7XNUlcKfEV_856wkx_aA6KhGAm7u6d7Eucbh7hFXaS3ECXvdVXS3e0CetZN723itvi13ui6kmvF83JtD3sz35ueerZQk_JWTwDtSEoO43LZICojDYSAoTwEg/s320/tumblr_mjpon8pazh1rx2dhro1_500.jpg" width="320" /></a></div>
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Talvez tenha demorado pra se acostumar com a ideia de que eu sou responsável pelas minhas decisões, talvez o medo de que as coisas deem errado tenha aumentado ainda mais por conta disso. Mas, eu te digo aqui de cima que eu acho que acertei e a sua confiança fez toda a diferença. Estou feliz não só porque consegui, mas também porque estou te dando orgulho. Eu te digo aqui de cima que essa coisa que sinto no peito vai além de todos os esforços que tive que fazer sozinho, mas também por todos os esforços que você fez comigo. Por isso, mais uma vez, seu dever ainda não está cumprido.<br />
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Obrigado por todos os dias e todas as noites até hoje. Obrigado por ter me ensinado a me importar com as pessoas e compreender o que cada um carrega dentro de si. Obrigado pela chance da vida, e por todos os conselhos para saber como lidar e seguir por ela.<br />
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Talvez eu falte em alguns Natais ou viradas de Ano-Novo, mas eu sei que você vai entender e ter orgulho de todas as histórias que terei para colecionar. Dirá de boca cheia que seu filho é jornalista e está em algum canto provavelmente com fome, mas correndo contra o tempo no fechamento da reportagem ou contra o furo jornalístico. </div>
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Há um tempo atrás você ficou com o coração apertado por me deixar meio período longe, mas as coisas melhoraram quando você percebeu que eu sempre ficava na porta da escola te esperando chegar. Isso de alguma forma vai continuar acontecendo. Dizem que a gente tem que criar os filhos para o mundo.. e eu digo que filhos criados sentem falta de casa. </div>
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<i>ps: Valeu por tudo M2!</i></div>
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Letícia Cardoso<br />
Adriana Guimarães<br />
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