25 de novembro de 2009

Carta 05

"Isso que você escreveu hoje me tocou o peito e fez ir embora essa coisa dolorida que estava querendo sair. Eu sei que daqui a um tempo, eu vou estar cheia de saudades de novo porque as pessoas que se vão de repente nunca vão embora da gente, é normal acumular lembranças, acumular saudades e sentir sempre falta, sentir sempre ausência.

Lí o que você fez umas duas ou três vezes, deixei cair algumas lágrimas e estou com o peito mais leve e cheio de lembranças que só vão doer daqui há um tempo.

O meu amor e a minha saudade nunca se vão, mas quando eles se juntam com toda essa falta que existe me dói um pouquinho por dentro, e eu escondo. Mas de vez em quando, eu tenho a sorte de encontrar coisas como o que você fez, que ajudam a aliviar e deixam escapar pelos os meus olhos essas saudades doídas e escondidas do meu peito."



23 de novembro de 2009

Os 40 e poucos segundos que eu vi hoje

Ele subiu aquela rua todinha com ela só pra ela não ir sozinha, e me deu a impressão de que ele faz isso todos os dias.

Então, lá no topo, ele deu um beijo doce e um abraço demorado daqueles que a gente dá quando quer levar a sensação do abraço junto com a gente.
Ela se despediu e atravessou a rua correndo, depois virou pra ele e fez aquele olhar alegre, como se quisesse dizer várias coisas legais de uma forma só.
Ele permaneceu parado, com o mesmo sorriso que estava olhando ela atravessar a rua.
Encostou na parede e ficou observando ela virar a esquina, com aquele cabelo cheio de fios claros que surgem só quando bate o sol.

Ela tinha algumas coisas claras muito bem escondidas, e eu acho que de alguma forma, ela estava deixando ele se apaixonar em descobrir.

9 de novembro de 2009

Sabe,

são poucas as coisas que a gente ganha por aí, a maioria a gente tem que correr atrás e ralar muito pra conseguir. E são poucas as coisas que realmente eram pra ser nossas, quando elas vem, são poucas as pessoas que percebem, ou agarram, ou vivem. Das que não agarram, são poucas as que tem uma segunda chance.

Na minha vida, eu já ralei muito pra conseguir uma coisa que não era pra ser minha.
Então, eu sentei e esperei. Esperei porque já tava cansada de correr atrás, de lutar, de ralar e "me ralar".

Então você chegou e me trouxe uma daquelas poucas coisas que a gente ganha por aí, eu como nunca tinha sido uma daquelas poucas pessoas que agarram as opurtunidades não quis arriscar perder a minha segunda chance.

Hoje você sentou do meu lado, e eu percebi que você é pra ser sempre meu. Como se você já estivesse marcado para mim.

Sabe?


"Quando as coisas devem ser, elas simplesmente são"

Ouvi uns dias atrás..

" ... é boba e desesperada, parece perdida e vive tropeçando. Não 'perdida' de maneira ruim, não, é como uma criança que se perde por uns segundos olhando as luzes da cidade.
Ela não sabe nada da vida, mas explica tudo com a simplicidade do vento. Se eu cair, ela sorri pra me levantar. Ela sim sorri de verdade, com cada dente e pedaço da alma.


Ela sabe de tudo, e ri."

... isto que me tocou muito.

2 de novembro de 2009

o sonho dessa noite

Parecia uma competição, daquelas que a gente fazia quando era pequeno. Uma competição não, uma gincana.
Eu lembro que você tava naquela galpão me olhando correr pra pegar alguma coisa do outro lado que eu não sei o que era. Só sei que eu caía sempre no meio do caminho.
Eu olhava pra você quando saía e você estava parado só olhando eu ir, e ao cair eu olhava pra trás e via você correndo na minha direção pra me ajudar a levantar.
Eu ficava toda brava porque só eu caía naquele lugar cheio de lama e os meus adversários não, mas você vinha dando risada como se tivesse me falando que era só um tombo, e que eu não precisava ficar daquele jeito.
Pois bem, eu caí várias vezes no meio do caminho bem naquela poça cheia de lama onde nenhum outro alguém caiu, e você veio correndo e sorrindo me ajudar.

Até nos meus sonhos eu sei que se eu cair no meio do caminho, você vai me ajudar a levantar.

Obrigada!