8 de abril de 2009

Não sou Deus

Não sou boa com narrativas. Tenho dificuldade de contar passo a passo uma história que está apenas na minha cabeça e não na vida real. Eu acho mais fácil ir escrevendo assim: tudo direto. O meu clímax vai no lugar em que eu achar que ele deve estar, sem pretensão alguma de surpreender o leitor. Não o coloco no fim para surpreender ninguém, porque eu acho que os fins sempre surpreendem. Mas, também não o coloco no ínicio, porque eu acho errado as pessoas já saberem sobre o que eu estou falando logo assim, no comecinho de tudo. Acho que o meu clímax vai no meio e a surpresa da minha história fica bem na metade do caminho. É mais ou menos assim que as coisas funcionam.

Não sou muito boa com esperas. Nunca sei a hora certa de se fazer ou de se falar alguma coisa. Eu aprendi que a hora certa é aquela em que você sente vontade de fazer ou falar o que sente, porque eu já me arrependi de não ter dito ou feito algo quando eu queria por causa dessa tal hora certa. Então eu decidi deixá-la para a vida. Ela que coloque a hora certa no meu caminho, porque eu não vou nem mais parar pra pensar se eu devo viver o momento ou esperar um tempinho.
Compreendi a solidão com Mário Quintana, ele disse que só Deus - que é sozinho, que não tem par - pode dizer o que é solidão.

E pode anotar aí no seu caderninho que eu sou errada sim, igual aos meus textos. Meu clímax vai não sei aonde e bem de repente, quase sempre ele aparece sem avisar. Não se descobre muitas coisas nos meus começos, e e não é possível definir os meus fins em surpreendentes ou não. Não é possível definir nem se os meus fins são realmente fins. Faço as coisas como eu sinto ou penso. Procuro tomar decisões rápido, porque acho que são as atitudes que movem o mundo.

Não sou Deus, mas às vezes me sinto só.

5 comentários:

Erick Santos disse...

incrível. Um verdadeiro raio x

é difícil fazer esse tipo de análise sobre si e seus textos.
Parabéns

tollen disse...

qualquer jornalista que leia esse texto diria 'essa mulher é louca, como assim o clímax não entra no início?' rs.

Mas seu grande texto é uma prova de que talvez tudo seja uma farsa, desde o lide jornalístico até as pessoas que nasceram para ser sem par.

Anônimo disse...

o suspense no final fica muito melhor ;)

Ronaldo disse...

oi tudo bem?

te achei num outro blog, vim conferir e gostei do que li.

você escreve muito bem, não pare ok?

Adm disse...

Muito bom , concordo que as vezes começar expecificando do que se vai falar pode deixar o leitor sem interesse no que venha a vim, o seu naum, me fez ficar intrigada para saber no que daria
curti
abrçss
e feliz pascoa =D