7 de abril de 2012

Carta 18, seu primeiro amor

Eu lembro que te pegava no colo e brincava contigo na sala. Ás vezes fazia cavalinho com você nas minhas costas, te empurrava no balanço e te deixava me alcançar no pega-pega. Mas aí, eu comecei a crescer e ter uma série de coisas na escola para cumprir. Depois apareceu a faculdade. Agora, eu tenho o TCC. Enfim, felizmente e infelizmente eu virei uma adulta.

Eu queria ter te recebido em casa mais vezes e ter jogado cartas mais tempo. Eu deveria ter te ensinado a brincar descalça na rua, a admirar a lua, a jogar futebol, conversar mais com os meninos e ser moleca como eu. Deveria ter te alertado que a gente deve brincar de balanço o máximo que puder. Aliás, a gente tem que brincar a vida inteira.


Eu tive o meu primeiro namorado e nem falei contigo sobre isso. Aliás, eu nunca falei de amor com você. Eu queria ter te contado que a gente tem que ter um primeiro beijo bonito, porque é a primeira emoção que a gente nunca esquece. Que a gente beija de olhos abertos nas primeiras vezes até encontrar alguém que nos faça querer esquecer o que existe em volta. É assim que fechamos os olhos, sem perceber.


Eu quero te pegar em casa e te levar pra passear. Quero te dizer que namorados pisam na bola ás vezes, e que a gente tem sempre que cuidar do nosso coração. Até mesmo quando entregamos na mão de outra pessoa temos que olhar de vez em quando para ele e ver se ele está sendo bem cuidado ou amado. A gente tem sempre que checar se o nosso coração está feliz e escutar o que ele diz. Sem querer pegar no seu pé quanto a escola, mas estudar vai te ajudar muito. Ter conhecimento vai fazer toda a diferença no que você é. Não é clichê ou papo sério quando o nosso avô senta na mesa e fala que hoje em dia tudo está ao nosso alcance. Se você prestar atenção, ele é um homem diferente porque quis correr atrás dos livros. Nós podemos cliclar.

A vida está ficando cada vez mais real, o que é um saco ás vezes. Estive longe durante todo esse tempo, mas estou aqui para te dizer qual roupa é a mais bonita para ir ao cinema. Vou te alertar que a mão na cintura é o ideal e que a gente nunca pode se afastar dos amigos. Sim, minha menininha, andar de mãos dadas é bonito e abraços fazem toda a diferença. Eu quero que você seja uma garota diferente e quero que os outros caras te vejam assim. Se as coisas ficarem complicadas, eu prometo estar por perto para te ajudar. A vida nunca mais é a mesma depois que a gente começa a amar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindissimo o texto! Conseguiu expressar com palavras exatamente o que tento dizer a minha irmazinha... amei! (:
Parabéns!