11 de fevereiro de 2012

a única resposta

Como todo mundo, eu sei o que é ter coração remendado. Entendo quando falam daquela coisa no peito que não se define em dor, aquela coisa no estômago que não se sabe se é náusea e também aquilo que não dá para acreditar: algo acabando ou alguém indo embora.

Nunca soube amar direito, eu sei. Talvez eu tenha colocado o sentimento no topo do mundo como a coisa mais bonita que alguém pode ganhar na vida ou eu tenha acreditado que ser amado fosse como um bilhete premiado na loteria. Talvez eu tenha subestimado o amor com todos os livros que li e poemas que escrevi. Talvez eu seja só uma pessoa cheia de sentimento.

Nunca descobri o amor e nem o entendi direito, eu sei.

Apesar disso, hoje eu acordei com vontade de fazer mimos. Com vontade de ligar para dar bom dia, de esperar alguém no próximo vagão do metrô, de fazer a comida preferida, comprar o filme favorito, pensar no presente e planejar o futuro, mesmo ele sendo tão incerto. Acordei querendo aquela coisa no peito, aquele frio na barriga, aquela expectativa que parece que vai matar a gente. Acordei com vontade de gritar que amo com todo o meu coração. Aliás, faz quanto tempo que não digo "eu te amo" mesmo? Acordei com vontade de sorrir sem motivo aparente, de abraçar demoradamente, de olhar nos olhos simplesmente. Passei o dia com essa vontade de ter zê-lo, carinho e cuidado. E passei só.

Talvez eu esteja errada. Talvez tenha chegado a hora de deixar coração não tão bem remendado de lado e parar com essa balela de manter uma certa distância. Até mesmo quem se afasta, quer um pouco de amor. Talvez os poetas estejam certos, talvez o amor seja a única resposta. Hoje eu acordei amando e não havia alguém. Hoje eu acordei para amar e só tive essa vontade filha da puta de chorar.

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